A ONDA COREANA E A CRESCENTE
ROMANTIZAÇÃO, FETICHIZAÇÃO E ESTEREOTIPIZAÇÃO DOS SUL-COREANOS
O
surgimento e a crista da onda coreana.
Para compreender o impacto atual da
Onda Coreana, se faz necessário entender um pouco do período em que o fenômeno
se inicia, e analisar como o mesmo evolui ao longo do tempo.
A Hallyu, ou também como é conhecida
a onda coreana, é um fenômeno que se inicia na década de 1990, e vem ganhando
força e reconhecimento ao longo dos anos. Esse evento surge em um contexto
histórico no qual a Coreia do Sul havia se libertado da colonização japonesa em
1945, e passado por uma guerra civil, na qual no ano de 1953 foi assinado um
acordo de armistício; esta guerra tem como resultado a divisão da península em
norte e sul, e nenhum tratado de paz definitiva. Desta forma o país se
encontrava devastado e na busca de uma reconstrução interna, e também no modo
que ele era visto no cenário global.
Atualmente a Onda Coreana pode ser
dividida em fases, a primeira é relacionada a internacionalização dos dramas
Sul coreanos, que aconteceu entre os anos de 1995 e 2005. Após esse primeiro
momento, se tem a denominada Hallyu 2.0, que tem como marco a inserção do Pop
sul-coreano; o K-pop, que ganhou um papel importante nesse cenário
internacional. Devido a sua função neste cenário o pop sul-coreano recebeu
muito investimento, e se criou as Big Three, três grandes empresas que se
destacam, e praticamente dominam a cena da produção musical, são elas: SM
Entertainment, JYP Entertainment e YG Entertainment.
A terceira fase da Onda, vem
acompanhada do interesse dos consumidores de outros países, pela comida
(K-food), beleza (K-beauty), e o turismo. Assim sendo para além de meramente
consumidor do conteúdo audiovisual da Coreia do Sul, esses indivíduos se tornam
pessoas que apreciam a cultura coreana como um todo, sentem a vontade de comer
as comidas que são exibidas nos dramas, de se vestir como os personagens e os
idols, de usar os mesmos produtos, e conhecer de perto os lugares retratados
nos dramas ou nos MVs (music video) de K-pop.
Com toda essa magnitude e
influência, a Hallyu, tem um papel fundamental dentro do Soft Power, termo que
é cunhado por Joseph Nye [2004], em seu texto chamado “Soft Power: The Means to
Success in World Politics”. Em resumo, o soft power é uma forma de poder que ascende
no pós-guerra; período em que os países percebem que o hard power não é mais
viável, e dessa forma começam a se utilizar de uma influência e de um poder que
não vem mais das batalhas e da dominação direta, e sim de uma conquist por
meios não violento. É dessa forma que a Hallyu entra no mecanismo de soft power
sul-coreano, ao influenciar outros países por meio do audiovisual, pois como
ressaltam os autores do artigo denominado “Hallyu como instrumento de soft
power sul-coreano” [Barros, Sasaki, Vieira, et al. 2023], a Coreia conseguiu
sair de um país destruído pós-guerra, para um país reconhecido mundialmente,
citando as palavras de Nye, utilizadas no artigo: “A reputação torna-se ainda
mais importante do que no passado, e ocorrem lutas políticas sobre a criação e
destruição de credibilidade. Os governos competem por credibilidade não apenas
com outros governos, mas com uma ampla gama de alternativas, incluindo mídia de
notícias, corporações, organizações não-governamentais, organizações
intergovernamentais e redes de comunidades científicas (NYE, 2004, p.106).”
[Barros, Sasaki, Vieira, et al. 2023, p. 50].
Vale
ressaltar que a Hallyu é um evento que recebeu e ainda recebe apoio do governo,
e também dos Chaebols (os conglomerados de empresas sul-coreanas).Os ganhos
advindos da Hallyu são palpáveis, como apontado no artigo citado acima, apenas
o BTS, um dos grupos de K-pop mais famoso da Coreia do Sul, gera “mais de US
$3,6 bilhões para a economia sul-coreana todos os anos, o equivalente à
contribuição de 26 empresas de porte médio” [Barros, Sasaki, Vieira, et.al,
2023].
Efeitos
causados por uma onda.
É inegável que a Hallyu teve
diversos efeitos positivos, como, a difusão da cultura sul-coreana, o
fortalecimento da economia do país e a elevação de sua relevância global. Mas
seus efeitos não são exclusivamente positivos, ao atingir um público tão grande
e diverso o K-pop e os K-dramas, podem contribuir para a criação de
estereótipos sobre a cultura sul-coreana e consequentemente sobre os cidadãos
sul-coreanos.
Como apontado pelas doutoras em
ciências da comunicação, Ligia Prezia Lemos e Mariana Marques de Lima [2024],
no artigo “Fãs brasileiros de doramas sul-coreanos e K-dramaland: distinções
culturais, alteridade e identidades”, há uma diferença entre a cultura
sul-coreana de fato, e aquilo que é ficcional criado pela indústria dos dramas,
ou a K-dramaland.
Haveria então uma dualidade entre o
real e as coisas que são criadas para estarem nos K-dramas, e muitas vezes os
fãs não conseguem perceber essa diferença, e acabam tomando essas criações e
romantizações como verdades. Citando as palavras de Lemos e Lima: “É nítido que
em comentários livres e anônimos sobre produtos culturais sul-coreanos, os fãs
brasileiros podem inadvertidamente reforçar estereótipos racistas e
preconceituosos. Isto pode ocorrer devido a uma visão superficial e
estereotipada daquela cultura, contribuindo para o orientalismo (Min, 2021;
Said, 2007)” [Lemos e Lima. 2024, p. 66].
Um exemplo recente, foi o da
reportagem que o Fantástico exibiu na data de 4 de agosto de 2024, a mesma
aborda o sucesso dos K-dramas no Brasil, é relatado a vinda do ator sul-coreano
Sung Hoon para o país, e um comentário de uma fã chama a atenção ao dizer:
“Eles não são mulherengos, não são como os brasileiros que namoram com
trezentas na mesma semana”.
Esse comentário em um primeiro
momento pode parecer inofensivo, e até mesmo positivo, mas se analisado mais a
fundo se pode identificar camadas mais complexas, reforçando, por exemplo, uma
construção estereotipada dos homens sul-coreanos como os “outros” idealizados,
e uma idealização que e baseada em uma percepção construída a partir de obras
de ficção, e de casos específicos.
Walter Lippmann [2008], no livro
“Opinião Pública”, trabalha a noção de como o indivíduos cria ideias mentais
para aquele evento que eles não viveram na prática, e seria dessas ideias
mentais que os estereótipos seriam criados uma vez que eles seriam espécies de
mapas mentais para entender esse cenário na realidade do indivíduo, citando um
trecho de Lippmann “A análise parte destas limitações mais ou menos externas
para a questão de como este ‘pinga-pinga’ de mensagens do exterior é afetado
pelas imagens arquivadas os preconceitos e prejuízos que interpretam, preenchem
e dirigem poderosamente o transcurso de nossa atenção e de nossa visão. Daí
cabe seguir no exame de como um padrão de estereótipos, são identificados com o
interesses da pessoa à medida que ele as sente e as concebe” [Lippmann. 2008,
p.41]
Estereótipos
e Orientalismo
Retomando questão sobre o outro, ela
pode ser discutida na ótica de Edward Said que aponta em seu livro
“Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente”, a ideia de como o
“oriente” e os “orientais” são criados com base em ideias do “ocidente”.
Na atualidade esses estereótipos
advém da Hallyu ao surgir do K-pop e do K-drama, que em muitos casos romantizam
os homens e mulheres sul-coreanos os retratando como príncipes encantados ou
CEOs apaixonados, mulheres recatadas; fofas, e submissas. Esse imaginário contribui
para uma estereotipização que, embora aparentemente positiva para alguns, pode
ser prejudicial.
No prefácio da edição de 2003 Said
aponta: “O fato de que essas rematadas ficções se prestem facilmente à
manipulação e à organização das paixões coletivas nunca foi mais evidente do
que em nosso tempo, quando a mobilização do medo, do ódio e do asco…” [Said,
2003], na atualidade não baseamos essas ficções e manipulações em medo, mas sim
em romantizações e idealizações, dos indivíduos sul-coreanos.
Essa romantização, ou
estereotipização nos moldes que são apresentados no artigo “O que são
estereótipos” [Campos, Martins, Ramos, et.al. 2021], “pode ser definido como
crenças compartilhadas de um grupo em relação a outros, imputando
características físicas, morfológicas e/ ou psicológicas. Sendo estes conceitos
muito úteis para compreender processos de interações sociais” [Campos, Martins,
Ramos, et.al. 2021, p. 2], podem causar danos reais em indivíduos que sofrem
diariamente com essas crenças.
A exemplo, casos de brasileiras que
buscam ir para a Coreia com o intuito de encontrar esse homem perfeito, e
acabam se decepcionando ao perceber que esses homens são criados para os damas,
e em sua grande maioria não existem na vida real. Podemos ter casos até mais graves,
como é o exemplo da brasileira Jackeliny Bastos, que virou notícia em dezembro
de 2023, quando a mesma relatou em suas redes sociais as agressões que sofria
do marido sul-coreano, que a expulsou e deixou a desamparada em um país
estrangeiro [Vieira, 2023].
Fetichização
e Generalização
Para além de ser nocivo para os
próprios fãs que criam esses estereótipos e romantizações, tais atos também são
ruins para os Asiáticos, ou pessoas que possuem ascendência, ou até mesmo
pessoas que apenas apresentam traços do fenótipo de países da ásia. Vale
ressaltar que inúmeras vezes asiáticos são tratados como todos iguais, sem
distinções entre nacionalidades, Japoneses; chineses; tailandeses; coreanos;
entre outros. Termos genéricos como “Japa” ou “Coreia” ignoram as distinções
entre diferentes culturas e nacionalidades asiáticas.
Isabel Pires [2024], em seu artigo “Um Lótus ou um Dragão? - A orientalização e
fetichização dos corpos das mulheres asiáticas”, aborda como essas mulheres
frequentemente são fetichizadas com base em estereótipos cotidianos e criações
culturais. No texto, Pires analisa como filmes e representações fictícias
contribuem para a perpetuação desses imaginários estereotipados. Para
enriquecer sua pesquisa, a autora realizou entrevistas com mulheres asiáticas e
com aquelas que possuem apenas ascendência asiática em Portugal. Os relatos
mostram semelhanças marcantes, evidenciando que, na maioria das vezes, a
distinção entre quem é asiático ou apenas descendente é desconsiderada. Essas
percepções se baseiam predominantemente nas aparências e nos estereótipos
associados.
Muitas mulheres asiáticas são
sexualizadas e objetificadas, sendo tratadas como sonho, e fetiche dos homens.
Isabel escreve: “Orientalização, portanto, o processo pelas quais mulheres
Asiáticas, das mais diversas origens da Ásia, são estereotipadas e
objetificadas. ‘O Oriente foi quase uma invenção europeia’, seguindo a crítica
iniciada por Edward Said, que no seu magnum opus Orientalismo descreveu o
‘estilo ocidental para dominar, reestruturar, e ter autoridade sobre o
Oriente’. Não obstante, notou a confluência de Orientalismo e Sexismo, onde as
mulheres são representadas com sensualidade ilimitada, e a conquista sexual das
mulheres se relaciona com a conquista do próprio território físico” [Pires,
2024, p. 6].
Para apontar esses danos na
realidade do Brasil, é importante escutar indivíduos que passam por essa
fetichização no dia a dia, e para isso será apresentado a transcrição dos relatos de dois influencers, que gravam vídeos
sobre essa temática para a rede social Tik Tok.
O primeiro é Han Byoung, @lucashanb,
que publicou um relato sobre alguns comentários que o mesmo se deparou, e que
evidenciam como os homens coreanos sofrem como essa situação, ele diz: “Cara, eu peguei só esses dois
comentários porque eles resumem bastante do que
eu vou falar, que é basicamente sobre essa bizarrice ‘eu amo asiáticos’.
Mano, esses dias, faz tempo que eu não vou na liberdade, mas esses dias eu fui
lá e [..], primeiro, pessoas ficam te olhando diferentes, tem aquelas fãs de
K-pop; dorama, que ficam botando na cabeça, sei lá, um monte de besteira, acha
que a vida é um dorama, ai fica [...] meio stalker. E cara o povo tem que
acordar, perceber que isso não é legal, [..] Se antes na minha infância, quando
não tinha nada disso, eu sofria por desrespeito, aqueles comentários xenófobos,
que cês tão ligados, agora mudou não para melhor, [...] tá ruim do mesmo jeito,
na real, tem tanto aquelas pessoas antigas, que fazem comentário tipo ‘ae
sushi, Jackie Chan’, essas coisas, tanto quanto essas pessoas malucas que ficam
vivendo em dorama, e acha que é normal é… assediar dessa forma. Então só queria
falar mesmo, que essas coisas não são legais, é simplesmente um desabafo, e que
vocês acordem e percebam que somos seres humanos normais, entendeu? [...] Antes
a Liberdade era um lugar que eu gostava de ir, sempre fui desde criança, mas
deixou de ser, porque parece que você não pode ficar confortável, à vontade
[...]” [Byoung, 2024].
Bruna Tukamoto, @bruna.tukamoto é
outra criadora, que abordou como o K-pop, animes e mangás colaboram para a
fetichização da mulher amarela, ela primeiro contextualiza historicamente como
a mulher amarela sofre com abusos sexuais, principalmente em períodos de
guerras, por serem usadas como escravas sexuais, e como esse histórico fomenta
os estereótipos que essas mulheres carregam hoje em dia, sendo consideradas
“submissa, quieta, tímida, meiga”, ela diz: “E essa imagem é reforçada
constantemente pela indústria do entretenimento [...] mas também K-pop, animes,
mangás. E como isso acontece? [...] E no universo do K-pop isso não é
diferente. Normalmente, os grupos musicais femininos seguem dois conceitos: ou
o ‘sexy’ ou o ‘cute’. O ‘cute’ tem um aspecto mais infantil, mais fofo, meigo como
é o caso de algumas bandas como Gfriend ou Oh My Girl [...] As integrantes usam
roupas escolares, se comportam de uma maneira mais tímida, gentil, e também se
utilizam bastante do ‘eagyo’ que significa literalmente ‘comporta-se de maneira
mais graciosa’. é como agir como uma criança né, e essa inocência é usada com
cunho sexual. Rola aí uma fetichização da pureza. O resultado disso é criar
esse imaginário social da fragilidade da mulher amarela. Já no conceito ‘sexy’
do K-pop as mulheres costumam ser mais velhas, elas usam batons mais escuros,
roupas mais decotadas, mais curtas. E também maquiagens mais sensuais, como é o
caso do grupo Stellaar, por exemplo. As coreografias contam com movimentos mais
sensuais […] Em uma entrevista, as integrantes do grupo Stellar até comentaram
que não gostam desse estilo sexy, mas que elas são obrigadas a seguirem ele pra
obterem sucesso [...]” [Tukamoto, 2022].
Esses dois relatos demonstram como
esses estereótipos, recaem sobre as pessoas amarelas, incluindo os sul-coreanos,
tanto os homens, como as mulheres sofrem com esse ideário criado pelos
consumidores de K-pop e K-drama, e que para muitos podem ser considerados
positivos, e inofensivos, pois de certo modo “endeusam” os indivíduos
asiáticos, mas, ao mesmo tempo, isso gera uma fetichização e generalização, na
qual as pessoas possuem uma obsessão, ou um desejo de ficar com uma pessoa
asiática, apenas por essa ser asiática ou por ter traços que se assemelham aos
artistas sul-coreano.
A parcela de pessoas que demonstram esse
tipo de comportamento não representam todos os fãs das produções sul-coreanas,
e podem até ser uma parcela menor, mas de acordo com os comentários em redes
sociais, ou até mesmo em produções da TV aberta, eles existem e podem estar
aumentando de acordo com o aumento do consumo de tais produções, e causam um
incômodo significativo para as pessoas amarelas, e podem também causar risco
para si mesmos ao acreditaram cegamente nesses estereótipos.
Como aponta Lippmann [2010] os
indivíduos deveriam ter contato direto com os eventos para fugir dessa ficção,
mas o mesmo aponta que isso seria impossível ao escrever: “A alternativa ao uso
de ficções e a exposição direta à ruína e ao fluxo da sensação. E isso não é
uma alternativa real, muito embora seja refrescante enxergar de tempo em tempo
com um olhar, perfeitamente inocente, (o fato de que) a inocência em si mesma
não é sabedoria, mas fonte e a correção da sabedoria.”[Lippmann, 2010, p. 31].
Desse modo, é impossível apresentar
a Coreia do Sul diretamente para todos, mas se faz de extrema importância
abordar criticamente os efeitos negativos da Hallyu, e das
estereotipizações, promovendo uma
apreciação mais consciente e respeitosa da cultura sul-coreana e asiática como
um todo.
Conclusão
Este texto buscou demonstrar como
que o crescente consumo de produtos audiovisuais impulsionados pela Hallyu, que
é uma ferramenta do soft power sul-coreano apoiada pelo governo, como um
projeto para impulsionar a cultura sul-coreana para o resto do mundo, surgiu em
um momento no qual o país necessitava se reerguer, e funcionou muito bem, pois
de fato fez com que o mundo conhecesse a Coreia do Sul, e se interessasse pela
cultura do país aumentando a renda e visibilidade, a Coreia do Sul passa a ser
vista como um país moderno, e importante dentro do cenário mundial.
Dessa forma, a onda coreana, ajudou
positivamente a Coreia do Sul, e cumpriu o seu papel como um projeto, mas ao
mesmo tempo ela pode ter gerado aspectos negativos, que ligados ao aumento do
consumo do audiovisual fez com que estereótipos, romantizações e fetichização,
com base em elementos ficcionais da K-dramaland crescesse. Isso resultou em
orientalismo sob uma nova forma, onde as pessoas amarelas deixam de ser alvo
apenas de xenofobia explícita e passam a ser idealizadas de maneira
superficial. Homens e mulheres asiáticos são frequentemente fetichizados e
objetificados, reduzidos à sua nacionalidade ou aparência, como evidenciado
pelos relatos de influenciadores citados neste texto.
Além disso, os próprios fãs também
podem ser afetados, por essas idealizações, como foi o caso da brasileira
agredida pelo marido caso que reflete a vontade de outras meninas buscam também
esses relacionamentos com sul-coreanos, baseados em idealizações criadas por
essas pessoas, sem levar em conta a realidade e as individualidades dos
indivíduos sul-coreanos. Esse fenômeno ressalta a importância de distinguir a
cultura real das representações ficcionais e de compreender os impactos
negativos que as romantizações podem causar, tanto nas pessoas que as vivenciam
quanto naquelas que as consomem.
Referências:
Suelen Cecília Vieira Silva é
formada em Licenciatura em História pela Universidade Federal de Viçosa, e
atualmente é Bacharelanda em História pela mesma instituição.
BARROS II, João et al. Hallyu como instrumento de soft power
sul-coreano. Campos Neutrais-Revista Latino-Americana de Relações
Internacionais, v. 5, n. 2, p. 40-55, 2023. Disponível em: https://furg.emnuvens.com.br/cn/article/view/15872.
Acesso em: 22 de Nov 2024.
Fantastico, Programa 04/08/2024,
Disponível em: https://globoplay.globo.com/fantastico/t/S15HBdHBdn/.
Han Byoung. Kpop,
dorama e fetichizar asiatico. Tik Tok, 24 de Jul de 2024. Disponível em: https://vm.tiktok.com/ZMhvdY2K3/. Acesso em: 22 de Nov
2024.
LEMOS, Ligia Prezia; DE LIMA PINHEIRO, Mariana Marques. Fãs brasileiros de doramas sul-coreanos e
k-dramaland: distinções culturais, alteridade e identidades. Revista
Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, v. 23, n. 45, 2024. Disponível
em: https://www.revista.pubalaic.org/index.php/alaic/article/view/1100. Acesso
em: 22 de Nov 2024.
LIPPMANN, Walter. Opinião
Pública. Petrópolis: Vozes, 2010.
SAID, Edward W.
Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Editora Companhia das
Letras, 2007. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=2C0CBQAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA11&dq=said+orientalismo+&ots=rIWDML7edp&sig=1hLILeZk_syB4dHiBZeaF_3bmFk#v=onepage&q=said%20orientalismo&f=false. Acesso
em: 22 de Nov 2024.
PIRES, Isabel. Um
Lótus ou um Dragão?-a orientalização e fetichização dos corpos das mulheres
Asiáticas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 29, n. 2, p. e03592023, 2024.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/fMHHbRCYNQZsnhCDbWHgy5Q/?lang=pt. Acesso
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TUKAMOTO, Bruna. Como
o K-pop, animes e mangás colaboram para a fetichização da mulher amarela?.
Tik Tok, 5 de Abr de 2022. Disponível em: https://vm.tiktok.com/ZMhvdaK7S/. Acesso
em: 22 de Nov 2024.
VIEIRA, Sílvia. O
que se sabe e o que falta saber sobre o caso da brasileira que diz ter sido
agredida e expulsa de casa por marido coreano. g1 Globo. 2023. Disponível
em: https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2023/12/06/o-que-se-sabe-e-o-que-falta-saber-sobre-o-caso-da-brasileira-que-diz-ter-sido-agredida-e-expulsa-de-casa-por-marido-coreano.ghtml. Acesso em: 22 de Nov
2024.
Olá Suelen! Gostaria de parabeniza-la pelo texto, é fluido e completo.
ResponderExcluirDurante a leitura fiquei refletindo o papel da explosão dos k-dramas e sua influencia na ascensão das novelas turcas e filmes indiano, percebo que em ambos os casos existe, também, a estereotipação. No seu entendimento, existe uma ligação entre a onda coreana que gerou a curiosidade em conhecer ou consumir produções de outros lugares da Ásia?
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá, Muito obrigada!
ExcluirEu acredito que sim, pois uma vez que a Hallyu conseguiu atingir lugares que antes eram majoritariamente ocupados por produções "ocidentais", como por exemplo o Oscar de melhor filme do ano (com Parasita em 2020, que ganhou diversos outros prêmios), ela gerou uma visibilidade muito grande, o que consequentemente pode despertar o olhar dos consumidores para produções de outros países asiáticos, ou produções que não são as de Hollywood.
Ao meu ver, o cenário e o domínio mundial do audiovisual estaria saindo das mãos puramente dos norte-americanos, e a Hallyu poderia sim ter uma função nessa mudança, dada a sua magnitude do audiovisual.
Outro ponto que pode ser levantado em relação a essa curiosidade, é o das redes sociais, porque atualmente os algoritmos conseguem aprender o que você consomem muito facilmente, e te recomendam coisas semelhantes. Falando por experiência própria, eu acabei descobrindo diversas produções tailandesas por recomendação do próprio algoritmo, que provavelmente captou o meu interesse por produções japonesas, coreanas, até mesmo chinesas, e passou a recomendar essas produções "semelhantes".
Então eu pressuponho, que a Hallyu pode sim ter interferido nessa curiosidade em consumir outras produções asiáticas, mas podemos ter também outras questões nesse processo.
Não sei se consegui responder sua questão, mas é porque nesse sentido eu tenho mais hipóteses do que respostas concretas...
Suelen Cecília Vieira Silva.
Obrigada pela resposta, Suelen!
ExcluirMaria Heloisa Andrade Pinheiro
Bom dia! Parabéns pelo artigo.
ResponderExcluirVocê cita em seu artigo as mulheres amarelas que são abusadas sexualmente em tempos de guerra. Para você, essa sexualização das mulheres asiáticas possui ligação com as confort women?
Ana Paula Sanvido Lara
Boa noite, muito obrigada!
ExcluirPenso que tem relação sim, pois se levarmos em conta que nesse contexto o Japão não assumiu a culpa, e ainda afirmava que as confort women não era escravas sexuais, e sim prostitutas que estava naquela situação por escolha própria; sendo pagas para isto.
Tal discurso além de descredibilizar a lutar dessa mulheres, que durante anos ficaram no anonimato; por medo do julgamento da sociedade; por vergonha, pode criar estereótipos vindo de pessoas que acreditam na versão japonesa e enxergam tais mulheres como realmente indivíduas que estavam lá por vontade própria, que escolheram estar em tal situação.
Assim, se ligarmos esse discurso japonês a um imaginário que já existiria de mulheres amarelas; como é levantado pela Isabel Pires no artigo, de mulheres Asiáticas como sendo muito fáceis,; ou submissa; sexy, podemos sim ter uma sexualização de mulheres coreanas ligado e reforçado pela situação das mulheres de conforto, que foram descredibilizadas, por uma narrativa japonesa do acontecimentos.
Mas acredito que a sexualização não venha apenas desta situação, e desse discurso japonês. Venha de todo um imaginário que foi criado durante anos, com as produções norte-americanas, e atualmente com as produções audiovisuais da Coreia do Sul, que em muitos casos não quebram tais estereótipos.
Suelen Cecília Vieira Silva.
Parabéns Suelen pelo excelente trabalho!
ResponderExcluirDiante da sua argumentação, que pontua os aspectos positivos e negativos da onda Sul Coreana; ao pensar o cenário brasileiro, me questiono sobre a apropriação cultural (das brasileiras com a cultura asiática) e suas problemáticas. Já que sabemos sobre a ausência do ensino da cultura asiática nos ensinos básicos e até no ensino superior... Qual iniciativa seria relevante para o combate desta apropriação cultural, em sua perspectiva?
Raíssa Santos Valeriano
Obrigada pela questão Raíssa!
ExcluirAcredito que em um cenário no qual a Hallyu se encontra tão difundida no cotidiano, seria viável se utilizar dessas produções audiovisuais para ensinar sobre o que é a cultura sul coreana em si, e o que é criado para ser difundido como a cultura coreana; e como são os indivíduos sul-coreanos. Então resumindo acho que o caminho seria usar aquilo que o público já conhece mas de uma maneira a problematizar/refletir sobre esse conteúdo, no nosso caso trazendo também um pouco da história e das fontes para essa discussão, para mostrar o que seria o "real" e o que é imaginado.
E isso vale tanto para uma sala de aula no qual você poderia usar filmes; series; músicas, ou para uma conversa com outras pessoas que já consomem esse tipo de conteúdo, mas que não possui esse tipo de discernimento.
Suelen Cecília Vieira Silva.
Muito bom seu texto Suelen! Essa fetichização me lembra muito os anos 80 e começo dos anos 90 aqui do Brasil. Lembro que os atores brasileiros não podiam sair de casa de forma descontraída ou até mesmo os mais 'desejados' não podiam aparecer namorando (principalmente se essa namorada fosse uma não famosa), pois eram ameaçados, as pessoas confundiam o personagem com a pessoa humana real. A indústria queria sempre abafar a vida real do famoso, para que o público não perdesse seu interesse por ela. Como se o fato dela viver sua vida, ter filhos, o fazia menos desejado e isso 'prejudicaria' a indústria. E hoje vejo isso acontecendo na Coreia. A gente vê que os idols tem uma forte tendência a cometer suicídio por conta da cobrança excessiva de perfeição para que eles não percam seu prestígio na indústria e se mantenham como um ser inalcançável, desejável. Como combater esse fanatismo em excesso? O que você acha que falta na sociedade hoje para que as pessoas saibam admirar sem bitolar, admirar sem achar que aquilo é posse dela? Acredita que isso deveria ser trabalhado em sala de aula, um debate sobre excessos e como controlar esse caos? A internet ela influencia esse excesso e precisaria de um freio para que os "ânimos" se acalmassem?!
ResponderExcluirSuelen Bonete de Carvalho
Boa tarde, obrigada!
ExcluirNão sei se tenho uma resposta que seja a solução para esse problema rsrs, porque como você ressaltou em seu comentário, essa é uma questão muito antiga, e que talvez só mude o foco dessa obsessão, antes por brasileiros e por norte americanos, e atualmente com atores asiáticos.
Dessa forma, ao meu ver, o que temos, não como uma solução definitiva para essa obsessão, mas como uma forma de reduzir danos, seria abordar o ponto de que esses ídolos são, antes de tudo seres humanos, e esse tema pode ser abordado como comentei na resposta acima para a Raíssa, em escolas, ou até em conversas do cotidiano, visto que muitos consumidores são adolescentes, mas também se tem um número grande de adultos e idosos que consomem as produções audiovisuais.
Em relação ao que faltaria na sociedade para que se tenha a admiração sem a obsessão, talvez seja justamente mais uma vez, trazer essa noção de que esses artistas são seres humanos, como qualquer um de nós, e que o que vemos é apenas o trabalho desses indivíduos. E pontuo aqui que talvez isso venha de um distanciamento que nós temos desses artistas, pois dessa forma eles se tornam completamente inalcançáveis, fora da realidade, o que da margem para a nossa imaginação, sendo assim um campo fértil para a fetichização, romantização e estereotipização.
Respondendo a ultima questão, e reforçando o que já havia falado, acredito que sim trabalhar essa questão em sala de aula possivelmente possa ajudar, pois é uma possibilidade de trabalhar o real; o histórico, baseado em fontes, apresentando para os alunos uma nova visão, para além daquela que ele já conhece do imaginativo; do criado para ser consumido.
Não sei se consegui responder suas questões completamente, pois dentro desse ponto tenho muitas suposições, mas infelizmente não tenho respostas definitivas.
E para qualquer outra dúvida ou comentário, estou a disposição!
Suelen Cecília Vieira Silva.
Que texto incrível e super atual!!!
ResponderExcluirQueria saber se você pode comentar relações sobre shows e eventos de fansing de atores e cantores coreanos aqui no Brasil e essa fethichização? Como a forma com que os brasileiros reagem nesses eventos pode ser uma forma de mostrar esse fato que vem acontecendo?
Boa tarde, obrigada Maria!
ExcluirSobre essa relação, ela pode ser totalmente perceptível na reportagem que eu cito que o Fantástico realizou, pois nela eles mostram justamente essa reação dos fãs com os shows e os fanmeeting. Nessa reação percebe-se que os idols e os atores são de fato tratados como os príncipes encantados, perfeitos. Em um dos casos uma das senhoras que está ali para conhecer um ator, simplesmente entrega a bolsa para o mesmo segurar, apenas por que ela queria confirmar o imaginário de que "homens asiáticos carregam bolsas", o que para mim, por exemplo, não faz sentido nenhum, mas para uma pessoa que fica restrita a o que as autoras Ligia Prezia Lemos e Mariana Marques de Lima, chamam de K-dramaland, que essa parte de imaginários que são criados para esses filmes; series; novelas, faz total sentido.
Outro caso, é o que cito em especifico no texto, de uma senhora entrevistada que em resumo coloca os coreanos como os homens que "prestam", sendo totalmente contrários aos brasileiros. Então resumidamente essa fetichização e também a estereotipização e romantização fica perceptível nesses eventos, nas falas e até como você questionou na segunda questão, também no modo de agir que os fãs brasileiros tem durante tais eventos.
Não sei se falei o suficiente sobre a relação, mas qualquer dúvida, ou necessidade de acrescentar alguma ideia que tenha faltado, estou a disposição.
Suelen Cecília Vieira Silva.
Ótima temática escolhida, Suelen e sua abordagem foi excelente! Você acha que a fetichização dos atores dos k-dramas pelos fãs ocidentais teria, em alguma medida, origem na própria cultura ídolo/fã presente na esfera do k-pop ou seria incentivada por ela dada a proximidade no mundo do entretenimento?
ResponderExcluirBoa noite, Obrigada Hannah!
ExcluirNão posso afirmar em definitivo, mas acredito que sim, pois ambas fetichizações são bem semelhantes, a forma que elas acontecem, da construção desse imaginário de homens perfeitos, com corpos perfeitos, podem sim ter um origem no K-pop, uma vez que, salvo engano. ele começa a se destacar no consumo no exterior antes do boom do consumos dos k-dramas. Pode-se ter casos de pessoas que conhecem o K-pop primeiro e depois passam a consumir os dramas, e dessa forma podem levar a maneira de ser fã de idols para os atores.
Então pode-se sim supor um origem relacionada a fetichização do K-pop.
Para qualquer outra dúvida ou comentário, estou a disposição!
Suelen Cecília Viera Silva.
Adorei o artigo, achei maravilhoso e extremamente interessante, especialmente porque sou uma grande consumidora de música coreana. Isso me levou a pensar, será que as plataformas digitais, como o TikTok, estão contribuindo para intensificar a romantização e objetificação de figuras relacionadas à Hallyu? Com frequência, vejo vídeos que parecem reforçar estereótipos e idealizações irreais, muitas vezes com o objetivo de viralizar. Será que é possível abordar essas questões problemáticas de forma mais acessível para os novos consumidores de cultura coreana, incentivando, ao mesmo tempo, uma percepção mais realista e respeitosa sobre a cultura?
ResponderExcluirAna Gabriella Ramos da Rocha
Boa noite, obrigada Ana!
ExcluirNas redes sociais de fato é mais perceptível, e dessa forma mais intensa, essa romantização de pessoas amarelas, como citei no texto o relato do Han Byoung, ele grava o vídeo para responder alguns comentários que ele recebe, ou que ele lê em publicações de outros influencers, e no TikTok como você apontou, esses comentários são extremamente frequente, de crianças à senhoras, que são obcecadas por indivíduos asiáticos, apenas pelo fato deles serem, ou em alguns casos, apenas por eles terem traços asiáticos, sem levar em consideração quem são eles de verdade. E na internet esses comentário podem ser ainda mais intensos, pois muitas vezes não é necessário se identificar, então o anonimato pode levar as pessoas serem ainda mais fetichistas, objetificando cada vez mais os atores e idols, e os indivíduos reais que se assemelham a esses artistas.
A minha ideia inicial de abordar esse tema surgiu justamente do anseio de trabalhar de forma critica todos esses acontecimentos que eu via na rede social, na TV, ou até mesmo no ciclo de convivência, de tal forma que acredito sim que o tema deve ser abordado, e principalmente apresentado para novos consumidores, para que os mesmos já possam adentrar a esse "mundo", com um olhar critico sobre aquilo que eles vão consumir, e assim poder ser; como você muito bem pontua na sua questão, mais respeitosos, com essa cultura que é tão rica e tão bonita.
Qualquer outra dúvida estou a disposição!
Suelen Cecília Vieira Silva.
Olá, Suelen! Tudo bem? Você traz situações, enunciações e exemplos de uma inferiorização/estereotipação de pessoas asiáticas (sul-coreanos e japoneses) que é notória e perpetua preconceitos ainda hoje. Pergunto a você qual a dificuldade e o que incide na resistência que parecemos ter em não nomear tais práticas aos asiáticos como racismo?
ResponderExcluirCaroline Trapp de Queiroz.
Boa noite, Caroline, tudo bem e você?
ExcluirPrimeiramente queria agradecer pela sua questão, ela me fez refletir muito!
Então, devo admitir que nunca havia parado para pensar a ausência da utilização do termo racismo para todas essa situações que acontecem com asiáticos, e que sim são racismo.
Não tenho conhecimento o suficiente para te responder com base em discussões acadêmica, pois infelizmente não terei tempo hábil para fazer tal pesquisa e leitura sobre o tema.
Mas te respondendo de uma maneira pessoal, como já citei não havia refletido sobre o uso desse termo antes, e acredito que isso se deva a fato de o racismo sempre ser por mim associado primeiramente a pessoas negras e indígenas, assim assumo essa falta de conhecimento sobre a temática, que reconheço ser de extrema relevância.
Irei com toda a certeza pesquisar sobre o tema de uma maneira mais aprofunda, entender essa ausência; pois de fato em quase todos, se não, em todos os materiais que li o temo racismo não aparece, e irei também rever minha escrita nesse sentido, para incluir o termo futuramente, caso você queira que eu te passe meu contato, ou caso queira deixar o seu, para que eu possa te responder futuramente de uma maneira mais aprofundada estou a disposição!
E mais uma vez muito obrigada pela questão!
Suelen Cecília Vieira Silva.
Boa noite Suelen!!! Muito bom seu texto, parabéns!!!
ResponderExcluirÉ indiscutível que a Hallyu trouxe na sua bagagem produtos culturais não apenas da Coreia do Sul, mas também da Tailândia, Índia, Turquia, Japão China, Vietnã, Taiwan, ... E neste ano de 2024 e para o ano de 2025 o Brasil recebeu muitos artistas de diversas áreas para shows, fanmeeting, fansing e outros eventos. E vimos em muitos casos esses artistas tendo que dançar músicas de duplo sentidos, e com coreografias sensuais. Você acredita que eventos assim acabam por perpetuar essa fethichização? Você acredita que no caso dos coreanos e coreanas, a "proibição" dos artistas de terem relacionamentos, ou de divulgar estes relacionamentos, acaba por contribuir com essa visão?
Boa noite, obrigada Maria Aparecida!
ExcluirAcredito que sim, pois como pontuei na resposta a Maria Carolina, a reportagem do Fantástico é o exemplo de como as fãs se portam nesse eventos, sendo que em alguns casos só vão para constatar que esses indivíduos de fato são perfeitos pessoalmente, pois não levam em conta que esses eventos são montados e planejados para que esses artistas não decepcionem o público e assim não percam fãs. Os eventos seriam então uma comprovação real dos fetiches desses fãs, que acaba por perpetuar tais ideias.
Em relação a "proibição" de relacionamentos, ao me ver tal ato contribui sim para visão essa visão, pois coloca o artista, não como um ser humano, mas como um objeto, que deve agir de acordo com a vontade dos fãs, porque o mais importa é que essas ideias criadas pelos fãs não sejam quebrada, para que não ser perca dinheiro, pois é um grande mercado, dentro de um sistema capitalista que visa cada vez mais o crescimento de lucros.
Então os idols e os atores seriam apenas "bonecos"/objetos, que estão ali para alimentar os fetiches, as imaginações românticas, e os estereótipos criados pelos fãs.
Não sei se respondi as dúvidas, mas qualquer outra questão estou a disposição!
Suelen Cecília Vieira Silva.