IMAGEM E HISTÓRIA: UMA ANÁLISE SOBRE A IMAGEM
DE MAO E A REVOLUÇÃO CULTURAL
1.Introdução
No
presente artigo analiso a importância da figura de Mao Zedong para a cultura e
política chinesa durante a Revolução Cultural, movimento iniciado em 1966 e que
se configurou em um período marcado pelo uso intensivo das imagens como forma
de doutrinação política e, segundo muitos autores, pelo culto à personalidade
de Mao. De fato, a centralidade de sua figura pode ser percebida pelo fato de
parte significativa dos autores que estudam o período atribuírem o final da
Revolução Cultural ao ano de 1976, mesmo ano da morte de Mao, ao invés de 1969,
momento no qual Mao havia recuado de suas propostas mais radicais e dissolvido
a Guarda Vermelha.
Mais
precisamente, minha proposta é analisar uma foto em específico, na qual Mao é
retratado nadando no Rio Yangtzé. Tal foto foi reproduzida em jornais, posteres
e cartazes e se tornou um dos principais ícones do chamado período maoísta e,
mais diretamente da Revolução Cultural. Discutir a importância política e
imagética de Mao durante um dos períodos mais turbulentos da história chinesa
nos leva também a refletir sobre a importância social das imagens,
principalmente a fotografia, e seu uso político – nesse sentido, mais do que
formas de arte ou registro, as imagens são passíveis de servir a outros fins,
como a denúncia social ou a doutrinação política.
Em
muitos casos tais processos se dão em conjunto, pois a presença ubíqua da
imagem de um líder pode servir de dispositivo para construção de sua figura
como “pai da nação” ou outros títulos que conformem a história nacional com a
biografia de um grande líder. Destaca-se, assim, o uso de imagens como
mecanismo para vincular trajetórias de vida individuais à história coletiva de
um povo ou nação.
Nesse
sentido, o período denominado de Revolução Cultural representa um caso
interessante, pois conjuga o culto à personalidade com o extenso uso de
imagens. De fato, ainda hoje é possível se notar a presença de fotos de Mao por
toda China, principalmente em edifícios oficiais. Da mesma forma, a
centralidade política e histórica de Mao transcendeu o tempo no qual viveu.
Conforme se verá mais adiante, parte significativa das obras sobre a história
chinesa retrata o período posterior à Revolução de 1949 fazendo referências
diretas à figura de Mao Zedong – como na ideia de “Era Maoísta”, cujo final
coincidira com a morte de Mao em 1976, conforme já mencionado.
O
presente artigo está dividido em duas partes, além desta breve introdução. Na
primeira parte farei uma breve apresentação histórica da Revolução Cultural,
visando acentuar os principais elementos do período, bem como salientando os
impasses pelos quais a China passava. Na segunda parte discutirei a emblemática
fotografia de Mao nadando no rio Yangtzé em 1966, ano de início da Revolução
Cultural. De fato, a figura pública de Mao encontrava-se desgastada após as
crises que se acentuaram no final dos anos 1950 e começo dos anos 1960, de modo
que tal fotografia foi utilizada por seus defensores como um registro do vigor
físico e político do septuagenário líder.
2.
Revolução Cultural:
contexto e importância
A fotografia de Mao Zedong nadando no rio
Yangtzé representou o início de um dos momentos mais turbulentos da história
recente da China. De fato, conforme veremos, tal fotografia marcou o retorno de
Mao ao cenário político do país, anunciando o movimento que seria conhecido
como Revolução Cultural chinesa (1966-1969/76). Mas antes de discutir a
fotografia, suas interpretações possíveis, bem como seus desdobramentos
políticos, apresentarei alguns aspectos históricos, de modo a fornecer
elementos que permitam a compreensão contextual.
A revolução capitaneada pelo Partido
Comunista Chinês (PCC) foi vitoriosa em 1949, após um ciclo de conflitos
armados iniciados com a derrubada da monarquia e o estabelecimento da república
nos anos de 1910 e 1911, respectivamente. O papel exercido por Mao foi vital,
pois foi graças a seu gênio estratégico que o PCC se afastou dos preceitos
soviéticos que defendiam que a base revolucionária fosse o proletariado urbano.
Com efeito, entendendo a realidade chinesa, Mao pleiteou que a revolução fosse
feita alicerçada à maioria camponesa da população.
Alcançado o poder em 1949, restava ao PCC
reorganizar o país, que havia sido devastado durante as muitas guerras
ocorridas na primeira metade do século XX. Um dos elementos que levou à vitória
do PCC fora justamente sua organização fortemente centralizada e coordenada,
fator que seria de grande importância na fase de reconstrução do país (XIE,
2017).
Todavia, as necessidades de rápida
industrialização tornaram-se cada vez mais prementes, principalmente em um
contexto de Guerra Fria agravado pela Guerra da Coreia, iniciada em 1950, um
ano após a vitória revolucionária na China. Dessa forma, a reconstrução e o
desenvolvimento do país não visavam somente a garantia de melhor qualidade de
vida à população, mas também a própria sobrevivência do regime recém
instaurado.
Após as tentativas iniciais, representadas
nos planos de reforma agrária e posterior formação de cooperativas agrícolas,
Mao encabeça uma a luta pelo desenvolvimento acelerado por meio do Grande Salto
Adiante. Iniciado em 1958, tal plano buscou a mobilização em massa da população
chinesa, que serviria de mão-de-obra para a rápida expansão agrícola e
industrial. No campo, constituiu-se um grande número de pequenas indústrias
locais que visariam suprir a demanda de bens necessários ao avanço do processo
de modernização (ROUX; XIAO-PLANES, 2018).
O plano resultou em um completo fracasso e
foi abandonado em 1960, mas seus resultados negativos ficaram conhecidos como a
Grande Fome, que duraria de 1958 a 1961. No plano pessoal, o fracasso das
políticas radicalizadas de Mao resultou em seu lento ostracismo e alijamento do
poder. Para muitos, seu retorno triunfante se daria com o estalar da Revolução
Cultural em 1966 (WU, 2014).
A perda de prestígio fustigou a imagem
pública de Mao, redundando em seu afastamento do poder, simbólica e fisicamente.
Com efeito, Mao abandonara o cargo de presidente em 1959 e em 1965 se retirou
da capital Beijing, instalando-se em Hangzhou. No ano seguinte, contando com 72
anos, realiza uma demonstração de força que marcaria seu retorno ao centro do
poder.
Tal demonstração de vigor físico foi
registrada em uma fotografia que se tornaria célebre, não obstante o que se
veja na imagem, a figura de Mao boiando no rio Yangtzé, seja distante de uma
demonstração explicita de poder. De toda forma, a partir de 1966 Mao voltaria a
ser a figura principal no aparato político chinês (GAO, 2008). Foi nesse ano
que se iniciou a Revolução Cultural chinesa.
Seus impactos foram estrondosos. Mao
organizou parte da juventude sob a Guarda Vermelha, apostando na mobilização
das massas para revolucionar a cultura chinesa, bem como atacar os próprios
quadros do Partido Comunista Chinês (YANG, 2017). Um dos alvos principais foram
as universidades e os intelectuais, encarados como veículos da cultura burguesa
em detrimento da cultura camponesa e popular. Assim, por mais que o término da
Revolução Cultural possa ser estabelecido em 1969, com a dissolução da Guarda
Vermelha, seus impactos se fizeram sentir por muitas gerações, principalmente
pela transferência de milhões de jovens das cidades para o campo.
3.
A foto de Mao e os rios de história
Chairman Mao Swins in the Yangtzé (Unkown, 1966). Disponível em http://100photos.time.com/photos/charman-mao-swims-yangtze (acessado em 20/01/2021).
Da mesma forma como não é possível se banhar
duas vezes em um mesmo rio, dado o caráter efêmero de suas águas, o gesto
captado pela fotografia também se esvai, sendo impossível de ser repetido. Um
gesto esboçado para as lentes de uma câmera é único, embora sua representação e
reprodução possam se dar de maneira quase infinita. Nesse sentido, pode-se concordar
com André Bazin (2018, p.28) ao afirmar que “o retrato nos permitiria salvar o
modelo retratado de uma segunda morte espiritual”.
De maneira análoga, poderíamos notar a
importância da fotografia como uma maneira de se registrar os eventos
históricos, permitindo e fomentando a construção da memória – e salvando o
evento de uma segunda morte representacional. Neste caso, poderíamos
falar da fotografia-documento que, segundo André Rouillé (2009, p.97), teria
como uma de suas funções “erigir um novo inventário do real”. Nota-se, desta
forma, a importante relação entre história e fotografia.
De fato, a fotografia estabeleceu-se como um
marco do desenvolvimento tecnológico do século XIX e da sociedade industrial
nascente, destacadamente por seu caráter de “imagem-máquina” (ROUILLÉ, 2009,
p.31). Philippe Dubois (1992, p.23) aponta como, diferentemente da aura
artística da pintura, a fotografia se consolida por sua função documental,
sendo bastante utilizada em registros científicos.
A credibilidade dada à fotografia também
permitiu que seu uso se estendesse para o campo da propaganda
político-ideológica. Conforme nota Boris Kossoy (1999, p.22), a possibilidade
da manipulação da opinião pública por meio das imagens fotográficas tornou-se
possível graças a credibilidade das massas de que seu registro funcionava como
um espelho da realidade.
Mas para além da importância da história da
fotografia, é necessário notar também a importância da fotografia na
história. Conforme afirma Michel-Rolph Trouillot (2015), o próprio conceito de história
poderia ser observado sob dois aspectos. Por um lado, a história
pode ser concebida a partir da ação dos agentes, encarada como um processo,
calcada na materialidade dos fatos sociais. Por outro, a história pode
ser entendida como narrativa, vale dizer a forma como tais fatos são
organizados posteriormente por meio de narrativas e teorias. A história
responde, assim, a um duplo processo, ambos sujeitos a todas as formas de poder
e silenciamento.
Pensar a relação entre fotografia e história,
nesse sentido, transcende a mera ideia de registro. A fotografia faz a
história em seus dois momentos. O registro fotográfico é realizado de maneira
coeva ao acontecimento histórico, está ligado à “materialidade dos fatos
sociais”. Todavia, tal registro permite também conformar uma das bases
possíveis para a construção da história em seu segundo momento, a narração dos
fatos. A fotografia poderia tanto servir de base documental para o texto
escrito, como ela própria apresentar elementos narrativos.
Entretanto, a relevância da fotografia de Mao
transcendeu o seu uso político imediato, servindo também como importante
elemento para a construção da história como narrativa, servindo de
registro para as discussões futuras sobre a figura de Mao e o processo que se
desenrolou durante a Revolução Cultural. A utilização da fotografia como
elemento para a construção de narrativas não deve se confundir, entretanto, com
a própria ideia da fotografia como forma de narrativa. É de se notar,
nesse sentido, que capacidade narrativa da fotografia parece ter sido negada
por Roland Barthes. O autor (1984, p.49) estabelece uma divisão clara entre as
possibilidades da fotografia vis-à-vis o texto escrito:
“Como a Fotografia é contingência pura e só
pode ser isso (é sempre alguma coisa que é representada) – ao contrário do
texto que, pela ação repentina de uma única palavra, pode fazer uma frase
passar de descrição à reflexão -, ela fornece de imediato esses ‘detalhes’ que
constituem o próprio material do saber etnológico”
A citação de Barthes nos permite avançar
sobre dois pontos importantes em relação ao tema em discussão. Mao costumava
expressar-se por meio de discursos, cujas coletâneas somam dezenas de volumes,
em um tom que oscilava entre o programático e o acusatório. A agressividade de
muitos de seus textos, marcadamente os do período da Revolução Cultural, fazem
uma espécie de contraponto à serenidade expressada na célebre fotografia.
Mais que demonstrar seu esforço, com músculos
retesados e dentes cerrados, Mao aparece na imagem nadando tranquilamente em um
rio – aparentemente também tranquilo no momento da fotografia. De fato, suas
representações imagéticas usuais representam muito mais uma posição de
liderança serena que a bravura de um herói – o que contraria em grande parte o
tom de seus discursos.
Ademais, podemos notar a quase ausência de
detalhes na foto, o que como vimos na citação de Barthes, “constituem o próprio
material do saber etnológico”. Pouco se pode saber sobre o contexto da foto e
nada há que identifique tratar-se do rio Yangtzé. Da mesma forma, faltam
elementos que nos permitam saber da posição social das pessoas representadas na
foto. O que acaba sendo ressaltado de tal momento representado é a capacidade
física de Mao.
A importância do vigor físico já fora objeto
de reflexão de Mao em um texto de 1917, A Study of Physycal Education. Neste
ensaio, Mao lamenta a condição física e o fraco espírito militar da população
chinesa do período, além de sinalizar a importância da educação física como um
elemento fundamental para, conjuntamente com o estudo intelectual conformarem
um povo forte. Conforme aponta Lu Shihan (2023), seria esse texto de Mao o
primeiro documento chinês a discutir o esporte, de forma prática e teórica, sob
os parâmetros da ciência moderna e do materialismo dialético. Mais que isso,
Mao relaciona diretamente elementos corporais a elementos intelectuais,
transcendendo a separação entre corpo e mente. Nas palavras de Mao [tradução
nossa]: “Ouve-se dizer frequentemente
que a mente e o corpo não podem ser perfeitos ao mesmo tempo, que aqueles que
usam a mente são deficientes na saúde física e aqueles com um corpo robusto são
geralmente deficientes nas capacidades mentais. Este tipo de argumentação
também é absurda e aplica-se apenas àqueles que são fracos na vontade e fracos
na ação, o que geralmente não é o caso dos homens superiores.”
A teoria esboçada por Mao pode, em parte,
explicar a origem da foto, principalmente por defender a relação entre um corpo
saudável e uma mente saudável. Todavia, no contexto no qual o registro
fotográfico foi feito, Mao necessitava comprovar que ainda mantinha o vigor
físico necessário para retornar ao poder.
De fato, como aponta Shuk-Wah Poon (2019, p.1452) tal imagem foi
veiculada por toda a China, buscando atestar o vigor de Mao, tanto no plano
físico quando no político-simbólico. Nas palavras de Poon [tradução nossa]: “[...] a natação vigorosa foi
suficiente para dissipar os rumores sobre a saúde debilitada de Mao e mostrar a
sua resistência física e política. Este espetáculo desportivo transmitiu a
mensagem de que Mao tinha controle total tanto do seu “corpo natural” como do “corpo
político” da China: com o seu corpo robusto, espírito indomável e apoio público
de massa, Mao emergiria sempre vitorioso sobre qualquer desafio. seja natural
ou político.”
Os usos políticos da foto, embora não se
saiba se ela foi feita exclusivamente com tal objetivo, podem ser notados nas
inúmeras reproduções da foto em si, como nos cartazes nela inspirados. Além
disso, a cobertura da imprensa oficial também contribuiu para tal espírito. O
feito e a fotografia de Mao foram apresentados na Beijing Review (ou Peking
Review) como uma espécie de atestado de boa saúde do Grande
Timoneiro, representando um momento importante não só para a população chinesa,
mas para os revolucionários do mundo: “Nosso respeitado e amado líder Presidente Mao Zedong
mais uma vez deu um mergulho no rio Yangtse, abrindo caminho através das ondas
ondulantes; ele ficou na água por uma hora e cinco minutos e percorreu uma
distância de quase 15 quilômetros […]. O facto de o Presidente gozar de tão boa
saúde e transbordar de tanta energia é motivo de grande felicidade para todo o
povo chinês. E é uma questão de grande felicidade para os povos revolucionários
de todo o mundo.” [tradução nossa]
O artigo da revista não só utiliza a foto
como uma comprovação do feito de Mao, que por sua vez atestaria sua saúde
inquebrantável, mas também explora a ideia de “travessia do rio” como uma
metáfora para o processo revolucionário e a necessidade de enfrentamento das
adversidades. “O que o presidente Mao
mais gosta é de nadar em grandes rios e mares com ondas. Ele sempre incentiva
as pessoas a se prepararem nadando nos rios, lagos ou mares para desenvolverem
seus físicos, força de vontade e coragem e lutarem contra os elementos.
Liderando o povo chinês na luta revolucionária, o Presidente Mao sempre apelou
ao povo chinês para que fosse resoluto e não tivesse medo do sacrifício e
superasse todas as dificuldades para obter a vitória. A revolução exige um
espírito militante destemido.” [tradução nossa]
A importância histórica do feito e da
fotografia de Mao pode ser percebida também nas muitas reproduções feitas por
meio de cartazes que visavam ao mesmo tempo celebrar o aniversário do feito e
insuflar mensagens de combate e otimismo na população - alguns exemplos dos
mencionados cartazes estão disponíveis em https://chineseposters.net/themes/mao-swims. Nesse sentido, tal fotografia
documentaria mais do que um acontecimento ou um evento histórico. A foto de Mao
não só registraria, mas seria ela própria, uma metáfora. A ausência de
detalhes, mais do que problemática quanto à função documental, possibilitaria
sua compreensão no plano simbólico.
Observando-se os eventos posteriores à
travessia do Yangtzé, podemos apontar que tal fotografia foi eficaz em seu
intento de representar o vigor físico e político de Mao, servindo de marco para
seu retorno ao centro do poder na China. Mas sua eficácia instrumental deve-se
a sua eficácia como fotografia enquanto tal. Nas palavras de John Berger (2017,
p.40): “A fotografia é eficaz quando o momento escolhido para ser registrado
contém um quantum de verdade que é aplicável de modo geral, quando revela tanto
o que está ausente como o que está presente. A natureza desse quantum de
verdade e os modos pelos quais ele pode ser discernido variam muito. Podem ser
encontrados numa expressão, numa ação, numa justaposição, numa ambiguidade
visual, numa configuração.”
Desse modo, analisar a fotografia de Mao vis-à-vis
a história chinesa, permite atestar a importância social da imagem.
Retomando Trouillot, é possível encarar a fotografia como um elemento
importante nos dois sentidos de história apontados pelo autor. Seu uso pode se
dar tanto no sentido de conformar ações no momento imediato, quanto servir no
processo de construção de narrativas. Ademais, reforça-se a percepção de que a
fotografia pode ter seus efeitos dilatados no tempo, pois ao mesmo tempo que
captura um presente, que rapidamente se torna passado após o registro, seus
efeitos podem gerar impactos no futuro. Hoje, a fotografia de Mao, que à sua
época representava o vigor e a capacidade física e mental de Mao, representa um
momento radical da história chinesa, podendo ser elevada à condição de emblema
da Revolução Cultural.
Referências
Robson
Lins Souza Damasio de Oliveira é doutorando no programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social da Universidade de São Paulo.
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Oi, Robson.
ResponderExcluirParabéns pelo texto.
Duas observações que dialogam:
- Desde a China dinástica, existe muito a cultura e filosofia do microcosmo como reflexo do macrocosmo. Isso se dialoga muito se pensarmos na comparação entre a esfera política e a familiar na sociedade. Desta forma, certamente, Mao usa dessa tradição para alimentar o imaginário do modelo ou estereótipo que busca para a população e seus apoiadores.
- Somado a isso, é importante contextualizar em sentido global, sobre como o séc. XX usou de líderes políticos como ícones. Dito isto, esse culto a imagem torna claro o porquê da figura de Mao ser encarada quase como alegoria, principalmente, para artistas contemporâneos chineses.
Abraço.
Thiago Wang
Olá Thiago, excelente colocações. De fato, creio ser possível apontar essa relação entre a perspectiva do Mao e tradicional visão chinesa sobre a correspondência entre o microcosmo e o macrocosmo, ou entre elementos políticos e naturais. Quanto a figura de Mao, concordo plenamente, mas acho que figuras de outros séculos também podem entrar nessa lista, como o Lincoln e outros heróis nacionais. Agradeço a excelente observação.
ExcluirRobson Lins Souza Damasio de Oliveira