MEMÓRIA, IDENTIDADE E CONTRAVISUALIDADE EM AKIRA (1988): REFLEXÕES SOBRE AS OLIMPÍADAS DE 1964
Este
trabalho integra uma dissertação dedicada ao estudo da identidade nacional
japonesa construída no período do pós-guerra. A pesquisa toma como ponto de
partida o filme Akira [1988], uma animação no estilo animê de ficção científica que não
apenas subverte padrões e clichês típicos do gênero, mas também incorpora
elementos fundamentais da história do Japão. Por meio da análise de Akira,
busca-se explorar as formas como o filme reflete, questiona e dialoga com as
transformações culturais, sociais e políticas do Japão em um momento de
reconstrução e redefinição de sua identidade no cenário global.
O
filme, que estreou em 1988, transporta o público para um futuro distópico,
ambientado em 2019, onde a cidade é um cenário de tensão política, desigualdade
social e decadência urbana. A trama segue Shotaro Kaneda, líder dos
Cápsulas, uma gangue de motoqueiros influenciada pela cultura bosozoku.
Durante uma perseguição com os Palhaços, outra gangue rival, o amigo de Kaneda,
Tetsuo Shima, sofre um acidente ao colidir com Takashi, uma criança peculiar
que havia escapado de um laboratório secreto do governo. Esse encontro muda
tudo: enquanto a motocicleta de Tetsuo é destruída, Takashi sai ileso,
demonstrando poderes sobrenaturais. Pouco depois, os militares intervêm,
prendem Kaneda e sua gangue, enquanto Tetsuo e Takashi são levados para
instalações governamentais.
Em
Akira, não há uma aventura fantasiosa para salvar a humanidade. Ao
contrário, a história explora realidades brutais e questões sociais profundas,
como o trauma coletivo, a corrupção política e a luta por poder. Os personagens
agem movidos por impulsos e interesses pessoais, revelando uma visão crua e
complexa da condição humana. Por meio desta proposta, questões políticas e
culturais são elementos essenciais para convidar o espectador a acompanhar a
trama.
Na
história o Japão foi o país escolhido para sediar os Jogos Olímpicos de 2019, e
a cidade de Neo Tóquio se prepara para as atividades que envolvem celebrações e
disputas. Assim como a explosão inicial, a data da explosão (16 de julho de
1988) – data de estreia de Akira nos
cinemas, mas também dia e mês em que foi realizado o Teste Trinity – e menção a
uma guerra entre nações são marcos utilizados para remeter aos ataques sofridos
em Hiroshima e Nagasaki, as olimpíadas também tem o mesmo propósito
Essa
exposição feita no filme serve para evocar a memória construída pelo Japão no
pós-guerra, quando o país sediou os Jogos Olímpicos de 1964. O evento foi
promovido como símbolo de renovação para a nação nipônica, vitrine para o
resultado da transformação econômica simbolizando a recuperação de uma nação
horrorizada pela guerra vinte anos antes da cerimônia, “enterrando
simbolicamente seu passado bélico para mostrar-se como ‘o Japão da tecnologia’”
[SAKURAI, 2007]. A relação entre as olimpíadas e o período que antecede o evento
pode ser percebida na seguinte passagem:
MEMBRO
DO CONSELHO DE NEO-TÓQUIO: As olimpíadas vão acontecer no ano que vem, a guerra
já acabou! Até quando precisamos pagar por uma coisa do passado?! [Akira, 00: 45: 58]
O
personagem refere-se ao evento que está para acontecer em Akira. Filme que se
passa na fictícia Neo-Tóquio, uma metrópole construída sobre as ruínas de
Tóquio após uma misteriosa explosão que desencadeou a Terceira Guerra Mundial.
Este evento também fictício, evoca paralelos com a devastação real das bombas
atômicas em Hiroshima e Nagasaki, apresentando uma explosão na cena de abertura
que remete ao Teste Trinity, o primeiro experimento nuclear realizado em 1945.
Assim,
segundo Igarashi [2011, p. 345], para muitos japoneses, as construções das
instalações olímpicas conjuravam as memórias de guerra daqueles que viveram
momentos sombrios. Então por mais que o evento fosse pensado para simbolizar o
futuro do país, o passado estava em conflito com ele. Assim o futuro a ser
representado em 1964 tornou-se um passado satisfatório para a memória nacional,
mesmo que as memórias da guerra ainda existam nele.
Afirmamos
isso, pois de acordo com o historiador Jacques Le Goff [2013, p. 497], a
memória “resulta do esforço das sociedades históricas para impor ao futuro –
voluntária ou involuntariamente – determinada imagem de si próprias”. Nesse
sentido, entendemos que a memória é expressa por meio da consolidação do tempo
histórico.
Para
isso, nós apoiamos em considerações realizadas pelo historiador Marcelo Jasmin
na apresentação da obra Futuro Passado de Koselleck. Segundo ele, a memória
trata-se de uma construção cultural cuja função consiste em estabelecer noções
de tempo selecionadas e organizadas em relógios, calendários, ritos religiosos
e outros modos de mensurá-la [2006, p. 9-11].
Cada
olhar acerca do passado impõe uma adaptação do acontecimento na memória de
forma coerente ao momento em que o passado está sendo rememorado. Assim, o
passado por mais antigo que seja, tende a ser visto de maneiras diferentes
mesmo sendo rememorado várias vezes.
A
rememoração comprova que o tempo tende a ser absoluto e imaterial, moldado de
acordo com a organização do tempo histórico por meio de noções do tempo
pré-determinadas. A importância da memória em demarcar momentos e simbolismos a
serem socializados resulta na construção de uma memória coletiva. Diante dessa
reflexão, podemos aplicar tais considerações à memória das Olimpíadas de 1964.
Um momento não só para de rememoração do passado, mas também de ressignificação
do momento em que rememora, para construí-lo como um marco de superação e
recomeço da nação japonesa.
Só
foi possível articular esse trabalho de significação dos Jogos Olímpicos porque
houve primeiro a seletividade do que iria ser construído como memória, e depois
a socialização dessa memória construída. A seletividade da memória determina o
que ficará para a história, o domínio dela é uma das grandes preocupações entre
classes, grupos e indivíduos, que busca dominar as sociedades históricas e “tornar-se”
senhores da memória [LE GOFF, 1990, p. 426].
Quando
estamos tratando das olimpíadas de 1964, estamos tratando do evento que
colaborou para construir a nova versão, atualizada e pacificada do Japão.
Construir esse “novo Japão” exige não apenas selecionar o que será lembrado,
mas também o que será esquecido. O esquecimento é inerente a memória, que
depende do esquecimento para ser rememorada. Mesmo selecionada o exercício da
lembrança está condicionada a constante perda de memória e priorização de lembranças
convenientes para uma identidade coletiva [LE GOFF, 2003, p. 389].
Para
ajudar a perpetuar a memória e a narrativa histórica no tempo, a visualidade
foi importante nesse contexto para o Japão registrar esse processo. A cultura
visual construída em torno desse período promoveu uma intensa propaganda em
torno da reconstrução japonesa, contando com a produção do documentário Olimpíadas
de Tóquio [1965], uma parceria entre a Toho e o governo japonês. Esse
documentário conta com registros da cerimônia de abertura do evento, disputas
de provas e registros de interação entre os países, transmitindo o ideal de paz
e harmonia entre as disputas, que embora duas décadas antes não seriam
possíveis, eram ameaçadas pelas tensões da Guerra Fria.
Assim, a cultura visual construída
em torno da memória do evento ramifica-se entre duas vertentes para análise da
cultura, que se cria ao utilizar de imagens para comunicação, prática de
intensa presença em diferentes sociedades. De acordo com Pablo Sérvio [2014, p.
197], os atributos necessários para consolidação da cultura visual são a visão
e a visualidade: a visão emprega sua função ao que é visível, identificável e
material. expressada pela visualidade, metaforicamente uma lente naturalmente
embaçada e focada em concordância com a natureza do indivíduo; e, a visualidade
é a constante significação e ressignificação do que é perceptível à visão em
sociedade, reajustadas por seu contexto histórico, em que nessa metáfora são
como lentes entregues por influências culturais externas.
Akira é uma obra
provocativa ao explorar as problemáticas relacionadas à memória por meio do ato
de rememorar. A abordagem de temas ligados à memória coletiva japonesa
inevitavelmente suscita críticas e reflexões ao longo de sua narrativa. Por
meio de Neo Tóquio, Otomo, diretor do filme que adapta o mangá de sua própria
autoria, apresenta uma visão de um “novo Japão”, que atua como uma contraparte
à identidade japonesa tradicional, propondo assim um novo exercício de
reconstrução e interpretação da memória. O estádio em que ocorreu as aberturas
das olímpiadas de 1964 é um dos objetos utilizados para diferenciar o novo e o
velho Japão:
Na
primeira figura, a cerimônia de abertura dos jogos olímpicos de Tóquio,
celebrado em 1964, registra a oficialização do evento em documentário. O
estádio olímpico se tornou palco para o show orquestrado pelo país sede. Apesar
de estar localizado na capital, antes de apresentar o estádio, o filme faz
questão de relembrar as cidades de Hiroshima e Nagazaki, atingidas pelas bombas
atômicas ao final da guerra em 1945, como destroços do passado.
Apesar
de terem se passado pouco mais de duas décadas entre os ataques e o evento,
podemos notar que o enquadramento escolhido para esse corte contempla os
prédios e o fluxo urbano ao redor do estádio. Outro elemento a destacar é o
povoamento no estádio, nitidamente ocupado pela presença pacífica das nações,
considerando as tensões em voga da Guerra Fria.
Então,
quando Otomo e sua equipe de produção resolveram evocar o estádio como ambiente
para ambientar parte do filme, eles destacaram também a qualidade de patrimônio
cultural que o estádio olímpico tem para os japoneses desde as olimpíadas. A
imagem em cena remete fortemente a memória e identidade. Conforme Rosa Mendes
[2012, p. 17] aponta, a função patrimonial de dar sentido a auto-identificação
e a identificação externa da sociedade que tem a memória atribuída ao
patrimônio.
Mas
para além disso, o estádio de Neo-Tóquio está vandalizado como podemos ver,
apesar de futuramente ser completamente destruído em uma explosão. O
enquadramento dessa cena contempla a destruição externa do estádio, o acúmulo
de materiais denunciando a desorganização para os preparativos para a programação
esportiva. No exterior, o estádio é cercado pela escuridão, pois a única fonte
de luz na cena são dos refletores, destacando a falta de naturalidade na
iluminação, uma zona mórbida.
Assim
como observa o antropólogo José Reginaldo dos Santos Gonçalves [2015, p. 222],
espaços considerados patrimônios são tratados com extremo cuidado ou vandalismo
e a partir dos atos podemos refletir sobre a hostilidade em determinados locais
de rememoração. Entendemos também que o filme não atinge fisicamente o estádio,
mas consideramos que a 3 do espaço reproduzido na ficção – além de toda a
destruição visual e conceitual do que é Tóquio – atinge consideravelmente o
campo conceitual do visual em Akira.
Para tratar melhor sobre a visualidade em relação às formas e objetos projetados em imagem, separamos três imagens que se assemelham, mas que não necessariamente representam o mesmo sentido. A primeira trata-se do Teste Trinity realizado em 1945, como resultado das pesquisas que desenvolveram as bombas atômicas. A segunda trata-se do sol nascente retirada do documentário das Olimpíadas. A terceira uma cena de Akira, que se passa nos primeiro minutos do filme.
Figura 3: Fotografia do Teste Trinity [Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2024/07/qual-foi-o-papel-de-oppenheimer-no-primeiro-teste-nuclear-da-historia-descubra-este-e-outros-fatos-sobre-o-trinity].
Figura 4: Fotograma das Olimpíadas de
Tóquio [00:05:10]
Por
mais que figura 3 esteja remetendo ao terror das bombas atômicas, a figura 4
remete ao nascer do sol, de um novo amanhã. Além de remeter também à deusa Amaterasuôkami (“a deusa suprema que
resplandece no alto dos céus), a qual na cultura japonesa o imperador descende
diretamente, conforme explicado por Luís Fábio Mietto [1995, p. 68].
O impacto positivo alcançado na
época pelo documentário comprova o potencial que produções cinematográficas tem
em contribuírem para a história [BARROS,
2011, p. 180]. O “novo Japão” visualmente construído para promover a imagem do
país, resultam do domínio sobre a memória. Embora todo esse processo tenha sido
resultado de um conjunto de esforços empregados, a transformação do Japão para
o mundo em 1964 condiz com o curso natural de constante adaptações ao contexto
em que está inserido.
Basta retornarmos às bases tradicionais
que dão sentido ao nihonjinron e
narrativa fundadora. A tentativa de preservar valores que sustentariam uma
japonocidade acompanham a memória sujeita mudanças em decorrência da manutenção
de uma auto imagem. Essa questão é bem definida pelo sociólogo Michel Pollak:
“Ninguém
pode construir uma auto-imagem isenta de mudança, de negociação, de
transformação em função dos outros. A construção da identidade é um fenômeno
que se produz em referência aos outros, em referência aos critérios de
aceitabilidade, de admissibilidade, de credibilidade, e que se faz por meio da
negociação direta com outros” [POLLAK, 1992, p. 204].
O
caráter transformador da auto representação exposto por Pollak coloca em
questão a naturalidade das mudanças na sociedade. Mesmo recorrendo a teorias e
formulações narrativas, os japoneses viveram diversas mudanças e transformações
durante o período do pós-guerra. A nova era do “novo Japão” consolidou uma auto
imagem como nação emergente em 1964, ainda que resistisse às mudanças.
A
relação entre as duas imagens parte inicialmente do sentido produzido pela
primeira. O sentido não se atribui somente pela imagem, vai além, pois devemos
considerar que a mobilização da equipe de produção em realizar o documentário
sobre o evento, só foi possível pois é de conhecimento do estado que “a mais
fantasiosa obra cinematográfica de ficção carrega por trás de si ideologias,
imaginários, relações de poder, padrões de cultura” [BARROS, 2011, p. 180].
Esse
fator se sobressai das intenções de quem participou da produção e de quem a
encomendou, questão evidenciada na época de lançamento, pois as lideranças do
estado não receberam exatamente o que esperavam. Ao invés de uma produção
documental que destacasse a relevância japonesa no jogo econômico
internacional, o diretor optou por enfatizar a grandeza dos vencedores e derrotados,
capturando a paz e a superação em todas as cenas.
Ao
priorizar a cosmovisão harmônica de paz mundial, através dessa e outras obras,
o cinema japonês contribuiu cada vez mais para eliminar a auto representação
militarista do Japão. Disso, surge a necessidade de trabalhar a visualidade
além do visual. As imagens escolhidas contemplam o primeiro encontro entre
diversos países reunidos pelo amor e esperança como propósitos universais.
A
significância do evento parte dos rostos felizes de crianças e adultos, o voar
de pomba branca, o desfile dos atletas e o companheirismo durante as provas. A
reprodução desse comportamento social transcendendo as diferenças desenvolve
uma alfabetização visiva, descrita pela historiadora Cristina Meneguello:
Se
“ver” não é determinado simplesmente pela natureza, mas sim uma construção
cultural que se aprende e se cultiva (como na alfabetização visiva), por
consequência deve ter uma história determinada pela história das artes, das
mídias e das tecnologias, assim como pelas práticas sociais de exposição e
exibição e pela relação com os espectadores [MENEGUELLO, 2014, p. 10].
A
partir dessa explicação entendemos a cultura visual não apenas como algo
construído para dar sentido às imagens, mas também para utilizar dela como meio
de educar a sociedade no quesito visual. É por isso que na competência visual
em Akira não remete ao Japão de
início, mas através da visualidade as representações em torno do filme ficam
mais perceptíveis.
Podemos
aproveitar a oportunidade para pensar a respeito da figura 5. A imagem se
comporta na contracultura visual, que segundo a educadora Anne Mae Barbosa
[2011] existe a partir da contravisualidade, exercendo a crítica verbal e
visual. Tal observação é uma resposta crítica a condição da cultura visual, que
de modo espontâneo flui de acordo com os embates sociais.
A
ruptura acerca do passado em Akira
regata a memória sob a perspectiva silenciada, não condizente de uma memória
dominante. Pollak [1989, p. 5] destaca as tensões entre o Estado e os grupos
marginalizados que não participam da construção da memória, mas chama a atenção
para que o silêncio não é o mesmo que esquecer, pois é uma evidência da
narrativa dominante imposta.
A
figura 5 que nos insere na história do filme é a chave para adentrarmos em
Neo-Tóquio, tal como a explosão de 1945 deu início ao novo Japão. Além de
tentar destruir a narrativa fundadora que se consolidou em 1964. As explosões e
destruição remetem a tudo isso, pois ao final da década de 1980, diante dos
sinais de crise, Akira rememora o
processo de reconstrução e reestruturação do Japão a partir de 1945 sob a
perspectiva de seu próprio momento no tempo, projetando a catástrofe do passado
no futuro imaginado para os japoneses em crise. Uma ideia próxima de um futuro
passado [KOSELLECK, 2006].
Quando
falamos das Olimpíadas e dos ataques atômicos, a imagem desses acontecimentos
são socialmente pré-concebidas, agindo como imagens canônicas. O uso das
imagens canônicas é mais comum do que pensamos. De acordo com o historiador Elias
Tomé Saliba [2011, p. 88-89], são imagens veiculadas em excesso e sempre
acompanhadas de um conceito chave responsável por guiar o imaginário coletivo,
geralmente padronizadas elas são partilhadas sem nenhum questionamento
aparente. Entretanto Saliba destaca também a importância de imagens não
canônicas:
“O
choque ante uma imagem não-esteriotipada pode ser revelador: às vezes, de
imediato começamos a perceber como a linguagem com a qual nos acostumamos - a
imagem canônica - é coercitiva. Coercitiva porque nos impunha uma figura
reproduzida infinitamente em série, tão infinitamente repetitiva que não mais
nos provoca nenhuma estranheza, bloqueava nossa possibilidade de uma
representação alternativa, ou seja, não nos levava mais a distinguir, a comparar
- em suma, não nos levava mais a pensar” [SALIBA 2011, p. 88].
A
partir do trecho acima, percebemos que Akira
é uma obra crítica por trazer consigo provocações acerca de toda a memória
construída em torno de um ideal identitário no Japão. Pois ao contrário da
imagem estereotipada, a imagem não-estereotipada subitamente traz consigo a
problemática da ausência do estereótipo acostumado a ser difuso.
Deste modo, assim como o futuro, o passado podem ser pensado a partir do
presente em que se produz a memória. Acreditamos que assim Akira acrescenta
para a identidade nacional japonesa, propondo reflexões pertinentes para o
campo da história, trazendo uma percepção nada romantizada sobre o passado
japonês. Tais reflexões são pertinentes para a historiografia, abrindo novas
percepções para a construção da história propriamente dita.
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Rafael Victor Soares Amaral é mestrando no PPGH da UNIMONTES, bolsista
pela CAPES – E-mail: rafaelvictor0602@gmail.com
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Boa tarde, Rafael. òtimo texto, sou muito fã da obra e acredito que tenha feito excelentes apontamentos. Durante a leitura notei como você relaciona a memória aos simbolismos intrinsecos do conceito. Gostaria de saber se você acha que a partir de sua leitura seria possível conceber "Akira" como um lugar de memória sobre os paradoxos da tecnologia atômica, mais especificamente segundo a conceituação de Pierre Nora.
ResponderExcluirDouglas Tacone Pastrello
Olá, Douglas! Seria possível sim, é uma possibilidade interessante de abordagem. Tenho pensado em abordá-lo também como uma manifestação crítica ao patrimônio imaterial do Japão, no caso a memória das olimpíadas relacionada ao ataques de 1945.
ResponderExcluirE obrigado pela pergunta!
ExcluirRafael Amaral