TRADIÇÃO E TRANSGRESSÃO: A CONSTRUÇÃO DA DANÇA CLÁSSICA INDIANA BHARATA
NATYAM NO SÉCULO XXI
A dança que conhecemos hoje como bharata natyam tem suas raízes nos rituais dos templos
hindús do sul da Índia. As bailarinas eram divididas em diferentes grupos,
recebiam diferentes nomes dependendo da sua função e da época, e são conhecidas
genericamente como devadasis. Além da função ritualística y sagrada,
tinham um papel social e educativo, transmitindo conhecimentos através da dança
para aqueles que não podiam ler ou escutar as escrituras sagradas, participando
em festivais populares e mais tarde nos palácios, com patrocínio dos reis.
Esta dança, com um código bem estruturado, narra as histórias da
mitologia hindú. Os pés descalços marcam o ritmo da dança na terra; as mãos,
como a linguagem dos surdos-mudos, têm um significado e contam uma historia; o
rosto expressa os sentimentos e as emoções; o figurino representa a Deus,
lembrando que Deus é maior que os homens mas também que os homens são divinos.
Em uma atuação tradicional, a bailarina interpreta diferentes tipos de
coreografias, podendo durar até mais de duas horas a apresentação.
A partir do século XVII, o bharata natyam começou a se
desenvolver em diferentes direções, recebendo influencia estrangeira e mais
tarde sendo considerada uma dança de cortesanas, até que foi proibido no século
XX devido a um complexo movimento político. Por outro lado, esta dança foi
utilizada pela alta casta hindú, los brahmanes, para a construção de uma
nova Índia, nacionalista e hinduísta. Segundo Alves [2017], o movimento de
independência começou em 1857, mas foi a princípios do século XX, influenciado
pelo manifesto anticolonial Hindutva, que o movimento ganhou forma, não
só buscando a independência do país, mas também a separação entre os hindús e
outros praticantes religiosos, tentando criar uma nova identidade, tradiconal e
pura.
A dança das devadasis
se tornou um símbolo deste movimento, com influência ocidental, pela mãos
de Rukmini Devi Arundale, esta dança se transformou no que hoje conhecemos como
bharata natyam (Bharat, antigo nome da Índia, e natyam, dança), ganhando
o status de clássica, assim como outras danzas indianas: kathak, kathakali, mohinyattam,
odissi, shastrya, manipuri y kuchipuddi. Nesta
reforma, a dança ganhou um novo figurino, uma nova estrutura e uma técnica com
linhas perfeitas, perdendo os movimentos de quadril, descritos no Natya
Shastra, os quais están sendo resgatados atualmente por muitos bailarinos,
como a Dra. Padma Subrahmanyam, Dra. Janaki Rangarajan, e Abhinava Dance Company.
O Natya
Shastra, tratado de dança e teatro, é uma escritura milenar que descreve a
técnica da dança, cada movimento do corpo e suas combinações, a expressão, o
figurino, os tipos de teatro, e nos fala sobre mitologia hindú, que junto com
as esculturas de bailarinas encontratas nos templos antigos, fornecem uma
imagem de como era esta dança anteriormente.
Atualmente,
além da busca pela dança original, com o avanço das novas tecnologias, a
globalização e o uso da redes sociais com a produção de videodança, esta dança
está adquirindo novas e diferentes formas, mudando os processos coreográficos e
dando lugar a três modos distintos: a dança clássica indiana, que conserva a
dança que chamamos atualmente de tradicional; a dança clássica indiana
contemporânea, que segue utilizando a técnica clássica mas apresenta novas
formas de produção e representação; e a dança indiana contemporânea, que busca
explorar novas formas de movimento. [Lamas-Baiak, 2022]
Em este
breve resumo vimos que o bharata natyam percorreu um grande caminho. Foi
uma dança ritualísca, sagrada, festiva, social, educativa, popular, de
entretenimento; presente na literatura e nos últimos anos na internet e nas
redes sociais. Por tanto, como se está desenvolvendo na atualidade?
Primeiramente,
devemos apontar que atualmente o bharata
natyam não somente se pratica na Índia, mas que também é realizado por
estrangeiros tanto em Índia como em outros países, assim como por indianos e
novas gerações na diáspora, principalmente Estados Unidos e Inglaterra. Segundo
Fensham [2008], na diáspora a coreografia, que pertence a multi realidades, se
transforma num meio para negociar as realidades políticas e sociais. Na
diáspora, o imigrante vive entre seu país de origem e seu país de acolhida.
Nesta nova forma de ser e fazer as coisas, a criação das artes é fundamental
para que estes individuos tenham um sentido de pertenencia a si próprios
[Petersen e Schramm, 2017]. O que no século passado fui uma maneira de manter
os indianos conectados a sua cultura, atualmente também é um veículo pelo qual
estes individuos encontram uma nova identidade.
A própria
cultura sempre esteve relacionada com a política, a sociedade e a economia.
Para Bhabha [1994], a época colonial e poscolonial, foi uma forma de sobrevivência.
Logo, com a imigração, a diáspora e a hibridez entre diversas culturas, foi
creado um terceiro espaço que o autor chamou de in between. Neste
espacio, o eu e o outro deixam de existir, e se cria uma nova identidade em que
a diferença do saber cultural acrescenta. Segundo Iyengar e Smith
[2020] o bharata natyam além de ser uma expressão artística, também é um
medio pelo qual o patrimonio cultural é transmitido a futuras gerações, sendo
importante na diáspora, honrando o passado e mantendo viva a cultura,
transformando assim em uma ferramenta multimodal e multifacetada.
Não podemos esquecer que, além de este ambiente
multicultural, esta dança está presente nas redes sociais, segundo Biswas
[2023], a pandemia do COVID-19 proliferou a dança no formato digital, criando
soluções criativas, num âmbito unidirecional, onde interpretes e audiencias
interatuam. Para Martínez [2019], o mundo representado nas redes é um espaço onde podemos nos
relacionar e nos comunicar, onde podemos ser consumidores, mas também criadores
e produtores, mudando a forma que fazemos e divulgamos a arte e a cultura.
Aulas, cursos, fóruns e espetáculos virtuais, disponíveis em todo mundo, a
principio muitos deles gratuitamente, invadiram as telas de computadores e
celulares. A dança clássica indiana também está nas redes sociais: Facebook,
Instagram, TikTok e YouTube.
Segundo Bakka [2021], o conceito de dança é
duradouro e a realização da dança é efímera, pois ela desaparece ao se
realizar, igual que qualquer outro movimento ou ação. Mas se nas redes sociais
e nas plataformas de videos, eternizam a realização da dança. Não só o concepto
de dança é duradouro, mas sua realização também passa a ser. Desde os primeiros videos até as novas
tecnologias disponíveis atualmente, as gravações transformaram um momento
efímero em um duradouro, que pode ser acedido em qualquer momento e lugar do
mundo.
Este mundo,
que expande cada vez mais suas conexões virtuais, influencia a produção, o
ensino, a difusão e a recepção a dança. A dança que antes se fazia para os
templos e para os deuses, agora se realiza dentro das telas para todos aqueles
que desejam las ver. Os conceitos coreográficos não mudaram só por representar
discursos atuais, mas porque necessitam ser pensados e adaptados para a tela. O
ensino, que antes encontrava muita resistencia para estar no meio virtual,
passou a estar presente tanto por profissionais autónomos como por grandes
escolas. A difusão da dança na internet deixou de ser só publicidade para ser o
proprio veículo dela, disponibilizando até espetáculos inteiros.
Num mundo cada vez mais conectado, vemos que a dança também se conecta
mais ao mundo. Sua prática pode refletir a época que vivimos: suas
contradições, suas lutas, suas fusões, sua presença no mundo virtual e também o
apego ao passado. Deste modo, a dança vive no passado e no presente, conectando
e transmitindo movimento. Por tanto, o caminho que se está desenvolvendo pode
se dividir em muitos ramos. Vemos alguns exemplos:
Shobana
Jeyasingh é um exemplo da diáspora. Nasceu em Chennai, sul da
Índia, viveu em Sri Lanka, Malasia e, atualmente, em Londres, Inglaterra. Seu
trabalho reflete suas experiências no mundo poscolonial, as diferentes
disciplinas que estudou e a colaboração com profissionais de diversas áreas,
que a transforma numa artista multidisciplinar. Realizou turnês em Europa,
Estados Unidos, Oriente Medio e Ásia. Trabalhou para outras companhias, em
teatro, programas de televisão e universidades. Recebeu diferentes prêmios,
como ‘Asian
Woman of Achievement in Arts and Culture’ em 2008,
foi nomeada
Comandante da Excelentíssima Ordem do
Império Britânico em
2020.
Sua companhia em Londres, produz trabalhos multidisciplinares,
contextualizando o mundo atual e buscando uma linguagem contemporânea, com o
uso das novas tecnologias no palco e na produção de videodança, assim como
difusão na internet. Busca novas formas corporais, sem padrões estético
preestabelecidos; no entando, podemos ver a linguagem do bharata natyam
em algumas produções, por exemplo, em ‘Men Redux’ e ‘Exit no Exit’, onde utiliza as
posições dos braços e os movimentos das mãos da dança indiana. Sua companhia
atualmente trabalha com a dança contemporânea que pode utilizar elementos de
outra técnica, neste caso, da dança indiana.
Mavin Khoo é um bailarino malasio
internacional, conhecido pelas suas colaborações com Akram Khan (Akram Khan, um dos grandes
nomes atuais da dança, com formação em dança
clássica indiana kathak e dança contemporânea). Além da sua formação em bharata
natyam na Malasia e na Índia, Mavin Khoo estudou ballet clássico e a
técnica de Cunningham em Nova York. Sua formação multidisciplinar e sua
experiência em diferentes países são visíveis nos seus distintos trabalhos
coreográficos.
Nos seus espetáculos solo de bharata natyam,
vemos coreografias de repertório, com seus itens tradicionais, suas regras, sua
técnica e suas histórias da mitologia hindú, representadas em vários países,
mantendo a tradição e levando a outras culturas. Também tem trabalhos
contemporâneos em colaboração com Akram Khan, como ‘Outwitting
the Evil’, onde vemos a técnica do
bharata natyam no palco, mas num contexto diferente, desenvolvendo um novo vocabulario
apartir da técnica tradicional. En ‘Jungle
Book’, presenta uma dança
contemporánea criada não a partir
de uma dança indiana,
mas a partir dos movimentos dos animais, onde a dança
indiana aparece só no momento em que o bailarino imita o lançamento de uma
flecha.
No seu próprio espetáculo autobiográfico, ‘Man
[or] God’, retrata a diáspora,
as diferentes identidades, as experiências sobre sexualidade e gênero em uma
produção híbrida, que une a dança, o cinema, a música e a palavra. Nesta
produção se observa a técnica da dança contemporânea, mas também estão
presentes os movimentos de mãos do bharata natyam.
Aqui podemos ver o espaço in between, citado por Bhabha [1994],
como um espaço onde a tradição e a inovação transitam segundo a proposta
coreográfica do artista. A técnica se mantém viva, é passada a futuras gerações
e a diferentes culturas, mas também encontra novas conecções e caminhos para
seguir, transformando novos padrões de movimento e novas historias para
transmitir, rompendo límites e tabús, como por exemplo, falar sobre sexualidade
e gênero, temas que em Índia ainda não são abertos. Adicionalmente, podemos
encontrar extratos de seus trabalhos em internet, principalmente YouTube.
Sophia Salingaros, nasceu em Estados Unidos com ascendencia grega, é uma
das jovens expoentes do bharata natyam. Começou a estudar ballet
clássico aos 5 anos e dança indiana aos 9. Ganhou fama através de Indian Raga,
a maior plataforma de artes indianas do mundo, que oferece aulas e competições
online, apresentações ao vivo e criação de videodança, utilizando o YouTube
para divulgação. Sophia participou em diferentes videos e obteve grande éxito
durante a pandemia do COVID-19. Atualmente, realiza diversas atuações em
Estados Unidos, Europa e Índia. Suas atuações e trabalhos coreográficos seguem
a forma tradicional. Assim, ela é um exemplo do bharata natyam executado
por uma estrangeira no estrangeiro, que mantém a forma tradicional da dança.
Ainda em Estados Unidos, Amit Patel, sendo a primeira geração da
diáspora indiana, criou sua própria forma de dança, a que denominou dança
indiana contemporânea. Segundo Katrak [2022], a dança indiana contemporânea é
uma nova linguagem praticada por bailarinos na Índia e na diáspora, que
deixaram os códigos de um estilo para criar e inovar, influenciados pelo mundo
contemporâneo, com diferentes culturas, políticas e nacionalidades. Estes
bailarinos estão construindo e negociando novas formas de fazer dança, narrando
novas trajetórias, mudando o vocabulário
corporal e dando um novo uso ao espaço, rompendo limites e tradições.
Amit fusiona elementos de estilos ocidentais, como o jazz, contemporâneo
e o hip hop, com danças indianas, principalmente bharata natyam e kathak.
Também dança bollywood (dança do cinema indiano) com salto, rompendo
estereótipos de gênero. Aqui se observa a criação de um terceiro espaço, in
between, produzindo um novo vocabulário de dança que representa novos
significados e proporciona um sentido de pertencer tanto a cultura de origem
como a do país de acolhida. Igual que Sophia Salingaros, Amit alcançou um
grande público internacional através de seus videos em YouTube.
Gungur Arts é uma asociação cultural dirigida desde 2010 pelas irmãs
Natalia Salgado na sede de Buenos Aires, Argentina, e Patricia Salgado na sede
de Barcelona, Espanha. A primeira trabalha com bharata natyam, odissi
e kuchipudi; a segunda como o odissi, e desenha roupas para a
práctica de dança e roupa casual. O objetivo delas é difundir a dança clássica
indiana na América Latina e Europa. A sede de Argentina organiza diferentes
eventos, como espetáculos de dança, workshops, sessão de cinema, jantas e
almoços.
Desde 2021, realizam o ‘Congreso
Internacional y Latinoamericano de Danzas Clásicas de la India’
com o apoio do governo indiano. O congresso oferece
aulas online de maneira gratuita com professionais de dança indiana do mundo
todo. Aproveitando as possibilidades de difusão das danças clássicas indianas,
trabalham a dança na sua forma tradicional. Natalia recebeu reconhecimento do
Ministerio de Cultura de Índia em 2020, 2021, 2022 e 2023.
Aayana Dance Company, com sede em Bangaluru, sul de Índia, narra
histórias tradicionais hindús de uma forma contemporânea. Os bailarinos possuem
formação em bharata natyam e/ou kathak e dança contemporânea. As
coreografias tem como base a dança indiana, mas ampliam os limites destas,
criando novas estéticas corporais sem perder as características da dança
indiana, explorando o espaço cénico e usando as novas tecnologias no palco, e
usam as redes socias como meio de difusão de seu trabalho. Atualmente fazem
turnês pelo mundo, oferecendo workshops nas cidades que atuam, e também
ministram aulas regulares na sua sede en Índia.
Kalakshetra é a escola fundada por Rukmini Devi Arunale em 1936, que
reformou o bharata natyam século passado. Esta escola, com sede em
Chennai, sul de Índia, tem reconhecimento internacional. Mantêm o ensino e a
dança em sua forma tradicional, além da representação dos dramas, criados por
Rukmini. Estes dramas são equivalentes aos ballets de repertório: danças em
grupo, diferentes atos, ato branco e colorido, bailarinos principais e corpo de
baile, cenas de baile e mímica.
Vemos que na Kalakshetra o bharata natyam fui influenciado por
ocidente no século passado, mas não sofreu influência neste século. A tendência
para a contemporaneidade, a globalização e as novas técnologias não
transformaram a dança nesta escola, que segue mantendo a tradição do século XX.
Observamos com estes exemplos os diferentes caminhos que o bharata
natyam pode se desenvolver tanto na Índia como na diáspora, por indianos ou
estrangeiros. Estes caminhos são, muitas vezes, influenciados pela globalização
e as novas tecnologias. Segundo Han [2019], as novas tecnologias aceleram os
processos de globalização, aumentando a conectividade do mundo, suas relações e
possibilidades, criando uma suma de prácticas culturais e formas de expressão
que se entre cruzam e perdem seus limites no espaço e no tempo. A globalização
é um fenômeno complexo e dialético, em que o intercambio cultural pode propagar
uma cultura ou fazer que ela desapareça.
Fora de Índia, o bharata natyam encontrou espaço para manter sua
forma tradicional, como nos exemplos de Sophia Salingaros, Natalia e Patricia
Salgado e Mavin Khoo, propagando a cultura indiana no estrangeiro. Ao mesmo
tempo, também há um espaço para a incorporação de novas prácticas corporais,
rompendo limites da estética indiana e criando um novo âmbito onde o corpo não
só busca novas formas mas também abordar temas contemporâneos, como demonstra
os trabalhos de Amit Patel e alguns projetos de Shobana Jayasingh y Mavin Khoo.
Podemos verificar que neste novo espaço também
se observa a perda da técnica indiana, surgindo um corpo contemporâneo. Isto de
pode ver na maioria de produções de
Shobana Jayasingh e em algumas de Mavin Khoo. Em
este contexto, a técnica do bharata natyam e as histórias da mitologia
hindú tendem a desaparecer, influenciados pelo seu novo entorno, com suas
formas de expressão, sua cultura e suas problemáticas.
Em Índia vimos um exemplo de dança clássica
indiana contemporânea, Aayana Dance Company, que continua trabalhando com a
técnica tradicional mas com uma forma contemporânea de espectáculo. Aqui as
possibilidades aumentam, se relacionando com formas ocidentais de espetáculo e
divulgando a cultura indiana no mundo.
Por outro lado, a escola Kalakshetra continua
mantendo a danza como se fazia século passado, com suas coreografias em solo ou
com os dramas. Teve influência da globalização e do modo ocidental de produzir
espetáculos quando foi criada, mas atualmente não recibe influencia da
conectividade do mundo.
Estes são apenas alguns exemplos para ilustrar
os diferentes caminhos que o bharata natyam está construindo no século
XXI, como dança clássica indiana, dança clássica indiana contemporânea e dança
contemporânea. A tradição e a transgressão caminham lado a lado numa balança
que às vezes se inclina mais a um lado, outras a outro, e em algum momento
encontra equilibrio; do mesmo modo, pode mudar de lugar, encontrando novas
plataformas para transitar, onde o antigo e o atual, os limites e a técnica, as
rupturas e as inovações, as fusões e as criações jogam com espaço e o tempo, fazendo do bharata
natyam uma arte viva, onde cada bailarino, coreógrafo ou companhia escolhe
como quer jogar.
Biografia:
Dra. Miriam Lamas Baiak é bailarina, professora, coreógrafa e
investigadora. Com experiência em ballet clássico, jazz, contemporâneo e dança
de salão, estuda a dança indiana desde 2005.
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Olá Miriam, tudo bem?
ResponderExcluirParabéns pelo seu texto, gostei muito do seu tema.
Poderia falar um pouco mais sobre como o processo de globalização e o uso de tecnologias digitais, como redes sociais, têm transformado o bharata natyam em uma expressão artística híbrida, preservando sua tradição e, ao mesmo tempo, adaptando-a às demandas contemporâneas?
Olá Natália,
ExcluirObrigada pela pergunta.
Resumidamente, com a influência da globalização e das técnicas ocidentais de dança vamos observar que tanto em Índia como no estrangeiro a forma do bharatanatyam pode manter-se mas se pode criar uma nova forma de composição coreográfica, usando o espaço de diferentes maneiras; criando novos padrões de movimentos dentro da técnica, explorando seus limites; usando outros estilos de música; retratando outros temas diferentes da mitologia hindú. A influência das novas tecnologias vamos a ver tanto com o uso delas no palco, com as luzes, projeções e cenários; na criação de videodança; e na difusão da dança nas redes sociais. Estes dois últimos impulsionados com a pandemia do COVID-19. As redes sociais também se tornaram um meio por o qual se pode discutir a dança, seus novos paradigmas, sua tradição, sua contemporaneidade. Assim o bharata natyam continua mantendo sua forma tradicional mas se torna uma dança híbrida, inserida em outros contextos, mudando a forma coreográfica, usando as novas tecnologias no palco, presente nas redes sociais, discutindo temas atuais, e por indianos e não indianos, hindus e não hindus.