UMA DRAGON LADY EM TWIN PEAKS: A
OBJETIFICAÇÃO DA PERSONAGEM CHINESA JOSIE PACKARD
Twin
Peaks
é uma série de TV estadunidense que estreou em 1990, e é considerada um
clássico cult de suspense por ter influenciado diversos lançamentos
posteriores, como The X-Files [1993] e Lost [2004]. A trama
principal envolve a investigação do assassinato da adolescente popular Laura
Palmer, que revela uma sequência de mistérios em uma pequena região rural do
estado de Washington. Como a própria divulgação do seriado descreve, Twin Peaks
é “uma cidade onde todos se conhecem e nada é o que parece ser” [Tradução
nossa, IMDb, 2024].
Embora
pioneira em abordar temas como questões psicológicas e violência familiar, a
série criada por David Lynch e Mark Frost também reflete preconceitos
enraizados no imaginário norte-americano. Entre esses, podemos destacar a ideia
de um perigo amarelo [Lee, 2007] que ameaça a pequena cidade através da figura
de Josie Packard, uma ex-prostituta de Hong Kong que viveu uma grande ascensão
social após se casar com o americano Andrew Packard, herdando a serraria de
Twin Peaks.
Dessa
forma, este artigo busca explorar como o presente o viés orientalista [Said,
1990] nas produções audiovisuais da época influenciou a trajetória da
personagem sino-descendente e quais ideias sobre esse grupo minoritário Twin Peaks
transmite enquanto entretém o público que assiste a série.
Orientalismo,
perigo amarelo e o “outro”
O
conceito de Orientalismo, como formulado por Edward Said [1990, pág. 50],
refere-se à forma como o Ocidente constrói a imagem de um Oriente baseada na
diferença, inferioridade e exotismo. Para que haja um senso de “nós” entre
ocidentais, é criado um “outro”. Assim, esse ser diferente, por não estar de
acordo com a organização e normas ocidentais, precisa ser julgado, estudado e
disciplinado [Tokusato, 2022].
Na
virada do século XIX para o XX, a chegada de migrantes asiáticos aos Estados
Unidos, especialmente chineses e japoneses, desencadeou um crescente sentimento
de desconfiança e hostilidade por parte das populações locais, resultando na
consolidação do “perigo amarelo” [Lee, 2007]. Este termo abrangia a suposta
ameaça à hegemonia branca ocidental oferecida pelos asiáticos, retratando-os
como competidores desleais no mercado de trabalho e agentes de práticas
consideradas moralmente questionáveis.
Os
chineses eram frequentemente descritos como “sujos” e “viciados em ópio”,
características que contribuíram para a criação de uma imagem desumanizada e
perigosa [Tokusato, 2022]. Tais estereótipos serviram para marginalizar a
comunidade e justificar políticas públicas discriminatórias. Uma dessas medidas
foi o Ato de Exclusão de Chineses sancionado em 1882, que restringiu
severamente a entrada de chineses nos Estados Unidos e dificultou a
naturalização desses, excluindo-os da vida social e econômica do país [Tchen,
1984].
A
partir da metade do século XX, o “perigo amarelo” passou por uma transformação
que refletiu as mudanças no contexto político global a partir do crescimento do
comunismo no Leste Asiático. Assim, durante a Guerra Fria, os países ocidentais
se mobilizaram para moldar a percepção do Extremo Oriente através de produtos
culturais como filmes e programas de TV, retratando asiáticos não apenas como
uma ameaça racial, mas também como símbolos do comunismo agressivo, prontos
para subverter o mundo livre [Lee, 2007].
Como
explica Wang [2012], essa retratação da população asiática foi especialmente
impactada pela questão de gênero: “Os filmes e os meios de comunicação de massa
ajudam a moldar a visão de mundo do público ocidental ao definir as identidades
das mulheres orientais e estabelecer seus papéis como extremos, tanto na tela
quanto fora dela. Esses estereótipos extremos persistiram até os dias de hoje”
[Tradução nossa, Wang, 2012, pág. 83].
A
Dragon Lady chinesa
Os
meios de comunicação têm o poder de definir diferenças, reforçar barreiras,
reproduzir ideologias e manter um status quo [Machetti, 1993]. Quando
Hollywood exibe mulheres asiáticas como objetos, desprovidas de autonomia e
narrativas próprias, isso estimula as fantasias e ansiedades do público
ocidental.
No
caso das personagens chinesas, identidade feminina é segmentada em apenas dois
arquétipos dominantes: a China Doll e a Dragon Lady [Lee, 2018].
O
estereótipo da China Doll, também conhecido como “butterfly,” retrata
mulheres asiáticas como dóceis e submissas. Essas personagens são
frequentemente idealizadas como inocentes e abnegadas, sempre prontas para
servir ou sacrificar seus próprios desejos pelo bem de outros, geralmente de
homens brancos. Sua feminilidade é apresentada como uma forma de fragilidade, e
seu destino tende a ser trágico, marcado por relacionamentos interraciais
mal-sucedidos que frequentemente terminam em sua morte ou sofrimento [Wang,
2018]. Essa caracterização reforça a ideia de que essas mulheres não podem prosperar
no contexto ocidental, servindo como uma metáfora para a subjugação cultural do
Oriente pelo Ocidente.
Já
o estereótipo da Dragon Lady representa o oposto. Mulheres asiáticas
nessa categoria são retratadas como sedutoras, manipuladoras e perigosas.
Enquanto a China Doll é subserviente, a Dragon Lady é impiedosa e
usa sua sexualidade como arma para alcançar seus próprios objetivos, geralmente
à custa dos homens que cruzam seu caminho. Essa imagem está intimamente ligada
ao conceito do “perigo amarelo,” pois encarna a ameaça de domínio asiático que
precisa ser neutralizada para preservar a supremacia ocidental [Lee, 2018, p.
3].
Embora
contrastantes, esses dois arquétipos compartilham algo que também é sempre sua
maior característica: ser uma oriental, uma “outra”, estrangeira e exótica
[Wang, 2012, pág. 84]. Esse detalhe é essencial para suas narrativas porque
reforça a ideia de que mulheres orientais oferecem uma fantasia e um escapismo
que outras mulheres brancas não podem oferecer para o desenvolvimento pessoal
dos personagens masculinos ao seu redor.
Em
O Mundo de Suzie Wong [1960], filme adaptado do romance britânico homônimo, o
personagem principal, Robert Lomax, vai até Hong Kong para explorar sua arte
desenhando jovens chinesas. Após morar em um hotel-prostibulo, ele é encantado
de uma forma primitiva e sexual por essas mulheres orientais, de forma que
outras conterrâneas nunca o fizeram se sentir. Robert, então, deve enfrentar o
dilema de casar-se com uma britânica herdeira, que o garantiria um bom emprego
e uma vida confortável, ou escolher uma prostituta analfabeta, Suzie Wong, e
garantir uma felicidade exótica no Oriente [Wang, 2012, pág. 85].
Essa narrativa do filme encapsula os elementos associados aos estereótipos
femininos asiáticos, incluindo a exotização e a objetificação de mulheres
orientais para satisfazer as fantasias e dilemas morais dos homens ocidentais.
No entanto, enquanto Suzie é construída para servir como um ponto de
transformação e escolha para o protagonista branco, o arquétipo da Dragon
Lady associado à Twin Peaks opera de outra forma. A mulher oriental não é
um objeto de salvação, mas uma ameaça — independente e perigosa que usa sua
sexualidade como uma arma. Essa representação se afasta do modelo de submissão
para reafirmar o medo do “perigo amarelo” por meio da figura feminina [Lee,
2018, pág. 4].
A
partir desse ponto, concentraremos a análise no estereótipo da Dragon Lady,
explorando como ele se manifesta na personagem Josie Packard em Twin Peaks e o
que isso revela sobre os estereótipos culturais perpetuados pela mídia
ocidental.
A
Dragon Lady de Twin Peaks
A
personagem Josie Packard, interpretada pela atriz sino-americana Joan Chen, foi
apenas o segundo papel de mulher asiática recorrente em horário nobre na TV estadunidense.
Antes, apenas Anna May Wong teve esse feito em 1951, quarenta anos antes da
estreia de Josie.
A
escolha de uma mulher oriental para o papel não foi aleatória. Como já é de
costume do diretor David Lynch, as cenas de Twin Peaks passam uma atmosfera de
estranhamento e surrealismo, dando a sensação de que a série é um grande sonho.
Na sequência de abertura do primeiro episódio, Josie Packard, uma ex-prostituta
de Hong Kong, é a primeira pessoa que vemos, como uma forma de desestabilizar o
espectador norte-americano com o rosto “exótico” de Joan Chen.
Fonte: https://twinpeaksblog.com/2021/02/03/twin-peaks-location-josie-packards-vanity/
Ao
longo da trama, é revelado que, além de uma ex-prostituta, Josie também era
comparsa de Thomas Eckhardt, um parceiro de negócios de seu marido Anthony
Packard. A personagem conspirou com Thomas e Hank Jennings, um delinquente
local, para assassinar seu próprio marido em um acidente de barco e herdar a
serraria da cidade. Também, para evitar
ser considerada uma suspeita, Josie se envolveu romanticamente com o xerife da
cidade, Harry Truman, que foi manipulado para insistir em sua inocência.
Na
segunda temporada de Twin Peaks, a personagem é rebaixada à posição de
empregada doméstica na casa de seus cunhados como punição por sua cumplicidade
na tentativa de assassinato de seu marido. No entanto, elementos como suas
longas e vistosas unhas vermelhas, que não se adequam à figura tradicional de
uma empregada, sugerem que sua performance subverte seu status imposto. Em
cena, Joan Chen, como Josie, incorpora uma “chinesidade” tanto subserviente
quanto hipersexualizada, expondo a fantasia de feminilidade exótica.
Fonte:
https://subplotfromanotherplace.tumblr.com/post/91914482406/103-rest-in-pain
Entre
os outros crimes cometidos por Josie Packard, estão a tentativa de assassinato
contra o agente federal Dale Cooper, protagonista da série, e a morte dos seus
comparsas Thomas Eckhardt e Jonathan Kumagai. Ainda assim, mesmo em momentos de
aparente controle, como sua manipulação do xerife Truman, Josie permanece uma
personagem enigmática e presa a uma narrativa que a reduz a uma representação
ambivalente do “outro” exótico, moldado tanto por expectativas de submissão
quanto pela percepção de perigo amarelo.
A
morte da personagem é uma das mais enigmáticas e simbólicas da série.
Literalmente “objetificada”, sua alma é aprisionada em um puxador de madeira.
Esse desfecho interrompe qualquer possibilidade de desenvolvimento mais
profundo de sua personagem, deixando-a como uma figura misteriosa e inconclusa.
A morte inexplicável de Josie também invoca reações histéricas de luto e
desejos não realizados por parte dos homens que a amaram, como o xerife e seu
cunhado, Pete Martell, ressaltando sua permanência simbólica como objeto de
fascínio e frustração.
Considerações
finais
Enquanto
uma produção televisiva norte-americana da década de noventa, Twin Peaks pode,
de fato, ser considerada mais diversa que as demais. Entretanto, embora a série
continue atraindo públicos mais jovens, como os integrantes das gerações millennial
e Z, por sua mistura entre um charme de época e temáticas atuais mais
progressistas, é inegável que o perigo amarelo, amplamente difundido pelo ideal
americano no período, tenha afetado o andamento de seus personagens.
Joan
Chen, interpretando Josie, incorpora uma visão hipersexualizada e
unidimensional de mulheres orientais, expondo as fantasias ocidentais de
exotismo. A personagem revela como o corpo e a identidade das asiáticas são
frequentemente instrumentalizados para atender às expectativas e narrativas
construídas por outros. O destino de Josie, reduzida literalmente a um objeto
inanimado, serve como uma metáfora para a maneira como as mulheres orientais
são frequentemente desumanizadas e privadas de autonomia, refletindo um ciclo
de exotização e marginalização que perpetua a dominação cultural ocidental.
Referências
Gabriele
Maia é graduanda em Jornalismo pela UFRJ.
LEE,
Erika. “The ‘Yellow Peril’ and Asian Exclusion in the Americas” in Pacific
Historical Review, v. 76, n. 4, 2007, p. 537–562 13.
LEE,
Joey. “East Asian ‘China Doll’ or ‘Dragon Lady’?” in Bridges: An Undergraduate
Journal of Contemporary Connections, vol. 3, n.1, 2018, p. 1-6. Disponível em: https://scholars.wlu.ca/cgi/viewcontent.cgi?article=1026&context=bridges_contemporary_connections
MARCHETTI,
Gina. Romance and the “yellow peril”: Race, sex and discursive strategies in
Hollywood fiction. Londres: University of California Press, 1993.
SAID.
Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990.
TCHEN,
J. K. W. “Notes for a history of paranoia "yellow peril" and the long
twentieth century” in Psychoanalytic Review, Vol. 97, p. 263-28, 2010.
TOKUSATO,
Letícia. “Coronavírus: A nova variante do perigo amarelo” in R. Îandê –
Ciências e Humanidades, vol. 6, n.1, 2022, p. 46-58.
WANG,
Hanying. “Portrayals of Chinese Women’s Images in Hollywood
Mainstream
Films — An Analysis of Four Representative Films of Different Periods” in
Intercultural Communication Studies, vol. XXI: 3, 2012, p. 82-92. Disponível
em: https://www-s3-live.kent.edu/s3fs-root/s3fs-public/file/07Wang.pdf
ZUO,
Mila. Who is Josie Packard? Joan Chen, Lucy Liu, and the uncommon sense of
pleasure. 2014. Disponível em: https://www.academia.edu/47285858/Who_is_Josie_Packard_Joan_Chen_Lucy_Liu_and_the_uncommon_sense_of_pleasure
Parabéns pelo texto Gabriele. Super interessante você trazer para o evento essa série e, em especial, este episódio. Minhas indagações, reflexões e inferências, a partir da tua comunicação é no sentido comparativo. Em relação a outros episódios da série, a mulher oriental se encontra em que grau de complexidade, subserviência, negação identitária, gênero... explico-me, para você, por quê os autores optaram por apresentar uma mulher asiática com este perfil identitário e não outro? E com relação as demais perfis e personagens femininas abordadas na série, como poderíamos entender essa personagem Josie?
ResponderExcluirMais uma vez, parabéns.
Obrigada, Jander! Fico muito feliz que gostou do que leu e decidiu participar da discussão.
ExcluirPara responder bem a sua primeira pergunta, acredito que devo começar pela última.
Na série, há uma busca para saber quem matou a jovem Laura Palmer, e logo os investigadores chegam em um homem misterioso chamado “Bob”, que é uma entidade sobrenatural. Enquanto muitos telespectadores tentavam entender quem era Bob e porque ele existia, o personagem Albert Rosenfield disse na segunda temporada que “talvez o Bob só seja o mal que os homens fazem”. E, no fim, esse é o ponto da série: todas as personagens femininas sofrem, direta ou indiretamente, com as consequências das decisões que alguns homens tomam em Twin Peaks. Certos personagens são assassinos, outros são agressores, infiéis… Os homens mais poderosos até organizam esquemas de prostituição das adolescentes vulneráveis da cidade (como a protagonista, Laura Palmer) e de tráfico de drogas, que viciam essas jovens.
Todas as personagens femininas estão na série para sofrer com as consequências das escolhas desses homens e depois serem salvas por uma investigação policial. Esse não é o caso da Josie Packard. A mulher chinesa, como uma “Dragon Lady”, é capaz de fazer qualquer coisa pelo próprio benefício. Ela, inclusive, tenta assassinar os homens “bons” que estão ali para fazer justiça, apenas porque esses entraram no caminho dela. Josie é a única personagem feminina da narrativa que não é branca. E acredito que essa escolha não é acidental, como disse ali no texto:
“A mulher oriental não é um objeto de salvação, mas uma ameaça — independente e perigosa que usa sua sexualidade como uma arma. Essa representação se afasta do modelo de submissão para reafirmar o medo do “perigo amarelo” por meio da figura feminina [Lee, 2018, pág. 4].”
Mais uma vez, agradeço pelas perguntas! Bom simpósio e, caso tenha mais dúvidas, me coloco à disposição!
Gabriele Diniz Maia
Oi, Gabriele, achei interessante encontrar Twin Peaks entre os textos do evento, foi bem inesperado. No início do texto você menciona a série Lost, lançada mais de uma década depois, e na qual há um casal de coreanos entre os protagonistas. Você acha que existem pontos de contato entre a forma que esses personagens são retratados e a Josie em Twin Peaks?
ResponderExcluirUm abraço
Natália de Noronha Santucci
Oi, Natália! Obrigada pela pergunta!
ExcluirParticularmente, eu não vi a série Lost na íntegra, então não sinto que posso dar uma opinião sobre o desenvolvimento do casal de coreanos. Mas o ator Daniel Dae Kim, que interpreta o personagem Jin Kwon, se pronunciou recentemente sobre esses e outros papeis que teve durante a carreira: https://www.uol.com.br/splash/noticias/2021/05/19/ator-de-lost-fala-sobre-a-morte-dos-personagens-que-choque-ate-os-filhos.htm
Durante a conversa deles pelo X, a jornalista Marina Fang levantou que mais de 1/4 dos personagens asiáticos morreram nos principais filmes lançados em 2019. Isso me leva a pensa que, de 1991 para 2004, e de 2004 para 2019, pouca coisa mudou no cenário audiovisual para personagens de origem asiática. Afinal, é difícil dizer que esses estão sendo aprofundados quando morrem tanto como como um artifício de roteiro para a trama principal.
Gabriele Diniz Maia
Gabriela Maia, parabéns pelo texto, adorei encontrar Twin Peaks neste Simpósio. Eu gosto bastante do Edward Saiid mas não me aprofundei tanto quanto você. Eu fiquei pensando se existe um paralelo entre as representações chinesas (ou asiáticas) estereotipadas pelas mídias estadunidenses e pelas mídias brasileiras, visto que importamos a maior parte dos entretenimentos asiáticos a partir do "filtro" dos EUA e que temos uma visão ainda bastante imperialista e colonial sobre a Ásia. Talvez essas afirmações sejam fortes (?) mas o que eu gostaria de perguntar é: Visto que, a partir de Getúlio Vargas, praticamente toda a nossa produção industrial e tecnológica é importada dos EUA, você acredita que compartilhamos da mesma visão estereotipada?
ResponderExcluirVocê sabe de alguma representação chinesa nas mídias (filmes, séries, novelas, livros) originalmente brasileiras? A única que me passa pela cabeça é a novela "Sol Nascente" (2016).
Essa pergunta foi feita por mim, Laura Cecilio, autora do texto https://simporiente24.blogspot.com/p/laura-cecilio.html?sc=1733436253534#c6416038803500596164
ExcluirBoa noite, Laura! Obrigada pelas perguntas!
ExcluirO próprio Said afirma na introdução do livro Orientalismo que existem duas diferenças a serem analisadas: a relação entre os europeus e o oriente muçulmano, e entre os americanos e o extremo oriente (China e Japão), então, sim, o nosso "filtro" importado dos EUA afetou a relação Brasil-China. Em 1952, o Brasil passou a embaixada para Taiwan, recusando o reconhecimento do Estado comunista da China.
E, falando sobre nossas próprias representações chinesas, você já teve contato com a novela "Negócio da China"? Particularmente, não recomendo assistir por entretenimento, já que tem um conteúdo muito estereotipado, mas de fato é um grande material de pesquisa.
Espero que tenha aproveitado bem o simpósio!
Gabriele Diniz Maia
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