O PROBLEMA DA NOMEAÇÃO CORRETA EM XUNZI E PLATÃO:
INTERNALISMO E EXTERNALISMO NA ANTIGUIDADE
Introdução
O
problema da relação correta ou verdadeira entre o que é nomeado e a coisa
nomeada é uma questão que apareceu de diferentes modos ao longo da história da
filosofia. Se considerarmos a filosofia desde uma perspectiva pluriversal
(Ramose, 2011), ou seja, tendo diversas origens e desenvolvimentos, o problema
da relação entre nomeação e a coisa nomeada pode ser encontrado em diversos
ambientes onde a reflexão filosófica foi registrada desde a antiguidade. Dois
casos icônicos que levantaram e responderam a esse problema, nos seus
respectivos ambientes, podem ser lidos nos clássicos Crátilo, de Platão (2015), e Zhengming, do Xunzi
(2014; Costa e Li, 2021).
Neste breve texto buscamos responder à seguinte
pergunta: em
que consiste a nomeação correta para Platão e para Xunzi? Nosso objetivo é
comparar o entendimento do problema da nomeação correta para Platão e para
Xunzi, com ênfase nos textos mencionados – Crátilo e Zhengming. Pela própria natureza metodológica da
pesquisa comparada, vamos identificar aspectos comuns e distintos nos textos,
para, por fim, estabelecer algumas análises a partir dessas evidências
textuais.
As reflexões terão como base
a distinção contemporânea entre perspectivas internalistas e externalistas em
filosofia da linguagem (e que tem impactos em filosofia da mente e na
epistemologia, mas que não é nosso foco aqui), servindo como aporte teórico
para as análises (Barroso, 2013; Smith, 2013). O internalismo
é a posição de que nosso conteúdo mental, como a produção de significados,
depende apenas de propriedades de internas – em termos atuais, nossos cérebros,
em termos clássicos, nossa razão, sendo sempre estrito, particular. O
externalismo é caracterizado pela posição de que nossos conteúdos mentais,
especialmente os significados, dependem da nossa relação do mundo externo, que
são produzidos por nós devido à nossa interação causal com o ambiente natural e
social, sendo necessariamente fruto da relação com uma comunidade. Segundo
Smith (2013), externalistas veem dificuldades em imaginar mentes independentes
do mundo, pautando-se em critérios interativos da construção de significados.
Já os internalistas entendem a distinção entre mente e mundo como fundamental
para entender a nós mesmos e a nossos semelhantes e, portanto, concentram-se em
questões de raciocínio interno.
Do Crátilo, ou Sobre a Correção Dos Nomes segundo
Platão
Primeiro, vamos explicitar a teoria
da nomeação exposta no diálogo Crátilo de Platão (428-348, Antes da Era
Comum-AEC) escrito entre 390-385 AEC no contexto grego/helênico antigo. Os
interlocutores do diálogo protagonizado por Sócrates defendem as chamadas teses
do convencionalismo e do naturalismo: a primeira é defendida por Hermogénes e a
segunda por Crátilo. Ambas posições possuem uma séria consequência política, as
quais Platão deseja afastar-se e propor uma alternativa através de uma teoria
própria. A alternativa apresentada por Platão segue uma proposta dialética
acerca da natureza dos nomes e expõe aspectos fundamentais de outras posições
do filósofo, naturalmente, como aquelas relacionadas a teoria do conhecimento e
a natureza da verdade.
O problema central em Crátilo
se trata da correção dos nomes (orthotes tón onomatón), ou para sermos
mais precisos, a busca por “como colocar cada nome de acordo com a natureza de
cada objeto [to hekastói physei pephykos onoma] em sons e sílabas [phthoggous
…. syllabas]” (389d4-6; 390d11-e5, tradução nossa, In: Grene, 2009, p.
240). Porque os nomes haveriam de ser corrigidos? Não se trata de um tema
inaugurado por Platão, como atesta Sócrates no diálogo: o que hoje entendemos
por etimologia, a busca pela origem dos nomes para compreender o sentido
verdadeiro das palavras, já era um método utilizado anteriormente a Platão, e,
claro, anterior ao próprio Sócrates. A análise etimológica buscava colocar em
relação os fonemas, para em seguida as sílabas e palavras, a partir de sua
origem, esclarecendo como a palavra fora criada. A tese etimológica propunha
que conhecendo a relação entre os fonemas e as sílabas isoladamente, seria
possível concluir o sentido da palavra formada por meio desta relação. Platão
deseja questionar o que esta metodologia implica: será que os nomes podem
realmente representar adequadamente as coisas?
As teses que Platão coloca em seus
interlocutores são as do convencionalismo e do naturalismo. O convencionalismo
propõe, de acordo com Iliesvki (2013, p. 8, tradução nossa), que “qualquer nome
que pode ser posto por qualquer pessoa para qualquer objeto é um nome correto,
ao menos para aquela pessoa em particular”. Esta formulação nos recorda a tese
sofista exposta nos diálogos platônicos e tem, portanto, sua consequência
epistemológica. O relativismo presente na tese de Protágoras de que o ser
humano é a medida de todas as coisas (homo mensura) permite somente um
conhecimento relativista do mundo, na qual a essência das coisas é privada para
cada indivíduo. Este relativismo é um problema para o acordo comum dos valores
benignos de uma sociedade, o que Platão será profundamente contrário e dedicará
grande parte de suas obras a contrapor.
Já
o naturalismo, no Crátilo, é a tese de que há uma maneira correta de
nomear cada coisa, cada nome pertencente a ela em correspondência com sua
natureza própria. A consequência extrema desta perspectiva é que os nomes que
não pertencem aos objetos que desejamos nomear – e os nomes erroneamente
atribuídos a eles – não são nomes de qualquer modo. A teoria naturalista acerca
da nomeação tem uma forte discussão de natureza heraclítica acerca do devir dos
nomes, isto é, fundamenta-se na teoria do fluxo de Heráclito (Buarque, 2015). A
doutrina do fluxo possui um problema que ressoa o problema da teoria
convencionalista de Protágoras: se nada é fixo, nada pode ser realmente
conhecido, pois o objeto de investigação está sempre em mudança, o que implica
que o conhecimento estável e seguro, de fato, não é possível.
Sócrates
irá se contrapor às duas posições, conforme Vieira (2015, p. 14): “Platão,
diferente de seus predecessores, preocupa-se com a atribuição incorreta dos
nomes às coisas, ou seja, para ele, o modo de nomear deve estar relacionado à
diferença nos seres, o que significa que o uso cotidiano das palavras não é uma
referência confiável para se estabelecer a correção dos nomes”. Para Sócrates,
o discurso (lógos) é a capacidade de apreensão de termos ou nomes
segundo a natureza por oposição à produção de nomes por convenção. A ideia de
que os nomes possuem uma retidão, uma forma correta de se conhecer e usar os
nomes, é justamente pelo fato de que a linguagem deve ser usada em relação a
seres particulares, que apresentam uma diferenciação entre si – o que,
portanto, não nega por completo a teoria do fluxo, mas também não cede
completamente à impossibilidade do conhecimento.
A
nomeação é um conhecimento técnico, isto é, uma techné, uma arte
que possui um conhecimento objetivo, como demonstra Sócrates nas partes
387d-391b do diálogo, o que garante que a nomeação implique o uso da razão (lógos)
sobre os nomes para o uso correto do discurso (lógos). É somente através
do discurso que as palavras se mostrarão mais adequadas ou não. Para que isto
seja adequado, é preciso que o nome seja uma representação (eîdos) da
coisa nomeada. A representação ou imitação (mínema) não é uma semelhança
absoluta da coisa nomeada, pois se assim fosse o caso não teríamos o nome e a
coisa, mas uma coisa somente, de modo que a correção do nome não poderia ser
possível; a correção própria da semelhança da imagem-nome é a que comporta a
diferença entre os entes, como é exposto no trecho 432b (Platão, 2015).
No entanto, não é todo indivíduo que
poderá fazer esta correção. Se a correção dos nomes é uma técnica ou arte (techné),
da mesma forma que o sapateiro domina a arte de fazer sapatos ou o tecelão
domina a arte de tecer, deve haver uma categoria própria ao indivíduo que
domina a arte de nomear. Para Sócrates é o dialético, aquele que domina a arte
da dialética. De acordo com Vieira (2015, p. 17), Platão estabelece também os
limites da linguagem, em ressonância com outros textos seus, no caso, a
Carta VII e o Fedro. As palavras, na concepção convencional e naturalista, são
representações do sensível, enquanto que Sócrates afirma que as palavras são
uma imitação (mímesis) das realidades próprias das coisas. Somente
através da dialética é que poderíamos ter acesso imediato as coisas nelas
mesmas.
Para Platão, a tese do
convencionalismo não distingue as coisas umas das outras, proporcionando um
relativismo epistemológico: se tudo é semelhante a tudo, para todo mundo ao
mesmo tempo, não poderia haver como diferenciar o verdadeiro do falso, os bons
dos maus, as virtudes e os vícios. As coisas, assim, não poderiam ser
compreendidas por meio do fluxo de imagens que fabricamos delas. A consequência
ética e política é tremenda: se não podemos diferenciar quem sabe de quem não
sabe usar os nomes corretos e as identidades correlatas entre os nomes e as
coisas, também não saberemos diferenciar quem é justo de quem não é, e nem
mesmo o que é a justiça.
O
dialético é aquele que, através da prática e do conhecimento discursivo,
consegue ajustar a diferença e igualdade entre as palavras, explicitando uma
relação de falsidade ou verdade na relação entre nomes e coisas. Pelo fato de
que as palavras são representações não idênticas em absoluto das coisas em si
mesmas é que pode haver mudança, porém, não é uma mudança ao acaso e
particular, mas uma mudança baseada de acordo com o que a coisa é em si mesma.
É como se as palavras sempre almejassem ser idênticas ao máximo possível das
coisas que elas pretendem representar, porém, tal tentativa nunca é totalmente
satisfeita. Esta frustrante busca por aproximar os nomes às coisas nelas mesmas
é uma das distintas tarefas da dialética. Quando há sucesso nessa aproximação
dialética da semelhança entre nomes e coisas, pode-se afirmar que há um
conhecimento verdadeiro (episteme) sobre as coisas mesmas, uma relação
justa, correta, entre o nome utilizado e a coisa nomeada. Há, então, nomes falsos,
que tem uma relação incorreta entre significado nomeado e coisa significante, e
nomes verdadeiros, em que há relação de semelhança entre significado nomeado e
coisa significante.
Zhengming: a nomeação correta segundo Xunzi
No
contexto da China antiga, a escola dos Eruditos, mais conhecidos como
confucionistas, elaborou a teoria da nomeação correta ou correção dos nomes,
zhengming 正名. Originalmente
haviam apenas algumas passagens de Confúcio (2012) abordando brevemente, mas de
maneira seminal, a proposta da nomeação correta da realidade. O ponto central
era de que a linguagem contém valoração, e tais valores impactam nossas ações,
logo, linguagens inadequadas podem contribuir para comportamentos inadequados,
e linguagens adequadas, corretas, justas, impactariam comportamentos justos.
Mas será somente com o filósofo Xun, ou simplesmente Xunzi 荀子 (aproximadamente 310-211 AEC), que essa
ideia se torna uma teoria mais robusta por meio do texto Zhengming 正名, nomeação correta, escrito em sua
maturidade, após 255 AEC. Curiosamente, como veremos, trata-se de uma teoria
com uma posição teórica bem diferente da mostrada anteriormente.
O
ponto de partida é fundamentado na premissa de que, nos primórdios da sociedade
(séculos antes de Confúcio), os Reis Sábios realizaram nomeações corretas que
ordenaram a sociedade, proporcionando que a comunicação social funcionasse. No
entanto, a outra premissa é que esses tempos passaram, e a ordenação dos Reis
Sábios foi substituída por várias formas de linguagem desordenadas, algumas
delas promovidas por escolas filosóficas rivais, mas, sobretudo, são linguagens
próprias do contexto de guerra e da instabilidade social que viviam. Como
estabelecer uma linguagem adequada, nesse cenário? A conclusão de Xun é que é
necessário elaborar um novo modelo de nomeação que seja ordenador, porém, que
tenha critérios mais claros e adaptados aos novos tempos. Para isso, ele
absorveu abordagens das escolas concorrentes, em especial, modelos moístas,
como as suas técnicas de argumentação [bian 辯], às vezes
traduzidas como dialéticas (Frazer, 2016; Willman, 2022).
O
ato da nomeação consiste em denotar distintamente um objeto correspondente da
realidade de forma a expressar uma aspiração de quem se expressa para quem
recebe a informação. O propósito da nomeação é que, por meio do estabelecimento
de distinções e de similaridades, possamos nos expressar e sermos entendidos
claramente. A nomeação correta torna a comunicação social possível, e a própria
convivência, por consequência, viável. Complementarmente, também os próprios
nomes são entendidos como sendo designados por meio de acordos sociais, já que
o que é entendido como correto ou incorreto passa, também, por convenções
sociais. Entretanto, não seria uma mera convenção que torna um nome correto –
esse tipo de arbitrariedade desordenada de pensadores como Deng Xi 鄧析 era horrorizada pela tradição dos eruditos
que Xunzi participava. Nomes podem ser apropriados (yí 宜) e inapropriados conforme nomeiam adequadamente ou não a
realidade de forma direta, fácil e não contraditória, tendo também a percepção
acurada dos sentidos físicos e o uso de argumentações como medida. Trata-se de
uma perspectiva externalista e convencionalista que se contrapõe, em especial,
à visão internalista dos nomes em relação com a realidade encontrada no
filósofo Gonsun long 公孫龍,
conhecido por manipular a linguagem ao seu favor (Cf. Van Norden, 2018).
Quais
seriam, então, os critérios que Xunzi defendeu para a nomeação correta? Deve-se
verificar (1) o porquê da existência dos nomes, (2) as semelhanças e
diferenças, e (3) as referências que estabelecem os nomes. Ou seja, critérios
teleológico, comparativo e etimológico. Uma vez que os termos passem pelos três
critérios de verificação, passam também por princípios de classificação: podemos
generalizar nomes (entendê-los em categorias mais amplas), ou diferenciar
nomes, singularizando-os cada vez mais. Podem, também, ser combinados ou
separados para estabelecer sentidos, conforme a necessidade. Todas essas
possiblidades seguem uma orientação deflacionária ou parcimônica: devemos
renunciar de expressar mais do que o necessário, sustentando apenas expressões
ponderadas, precisas e econômicas, visando impacto social positivo.
Se,
por um lado, fala-se de impacto social positivo, por outro lado, fica implícito
que a linguagem pode causar um impacto social negativo ou destrutivo. Nomes
confusos ou desordenadores, às vezes traduzidos como falácias (huo 惑), teriam, assim, o potencial de gerar
distorções cognitivas e até mesmo conflitos interpessoais. Para Xunzi, é de
alta relevância reconhecer as falácias e combatê-las. Esse combate, no entanto,
devida a falta da autoridade dos Reis Sábios da antiguidade, teria que ocorrer
via argumentação e convencimento, demonstrando o que está equivocado nas
falácias, disputando a nomeação correta. Xunzi (2014) propõe que, quando um
objeto da realidade não é entendido, designamo-lo com nomes, se designar não é
suficiente, combina-se nomes, se a combinação não é suficiente, explicamos, se
explicar não é suficiente, argumentamos com distinções – e, assim, é possível
dizer que alguém tem conhecimento sobre o que se disse. Ainda não sendo
suficiente, a pessoa educada, aquela que busca a sabedoria, é instruída pelo
Xunzi a ter três cuidados finais para superar contradições na linguagem: usar
(1) nomeações que sejam socialmente acordadas, (2) linguagem claramente
compreensível, e (3) argumentos e classificações equilibradas.
Da
mesma forma, “[quando] os nomes são ouvidos e a realidade é entendida, os nomes
são úteis; acumulando-os formam-se textos, [e, assim,] os nomes são belos.
[Quando] obtemos ambos [os nomes] úteis e belos, chamamos isso de saber nomear.
Os nomes, portanto, são acordos acumulados sobre os objetos da realidade. [Já
as] frases combinam diferentes nomes referentes aos objetos da realidade para
discursar uma ideia. Argumentações e explicações não [permitem] que se separe os
objetos da realidade das suas nomeações, o que é usado para entender o Caminho
[Dào 道] do movimento e da
quietude” (trecho 22.11 do Xunzi, 2014).
Todas
essas ponderações sobre o uso da linguagem que resumimos brevissimamente podem
ser entendidas como teóricas, mas a sua finalidade, é na verdade, ética e
política (Grene, 2009). O raciocínio poderia ser descrito assim: tendo clareza
mental, a linguagem será clara, sendo clara, avaliará com mais sucesso suas
decisões, e decidindo melhor, poderá agir melhor. Assim, a ação ética deve ser
prudente em examinar as fontes dos discursos, observar as ações derivadas dos
discursos e conhecer os precedentes dos planos e intenções, conforme Xunzi
indica no final do texto Nomeação correta. Assim, não se trata de um uso
arbitrário da linguagem, ainda que seja convencionalista: para o objetivo
ético-político ser atingido, é necessário uma série de critérios e cuidados com
o uso da linguagem, passando por verificações empíricas e racionais.
Discussão e conclusão
Enquanto
claramente a posição platônica é internalista, a posição xunziana é
objetivamente externalista. Por um lado, a posição convencionalista sofistica é
vista de forma negativa pelo internalismo de Platão, devido ao consequente
relativismo epistemológico e ético; por outro lado, o convencionalismo é um dos
fundamentos de uma nomeação correta para o Xunzi justamente por combater
arbitrariedades individuais, mas também por ser entendida como sendo da própria
natureza externalista da linguagem. Essa diferença não parece conciliável,
porém, a identificação desses padrões internalista ou externalista de
raciocínio nos ajuda a esclarecer as posições de ambos os lados.
Apesar
da diferença profunda encontrada, ambos chegaram a um ponto comum: há nomes
corretos e nomes incorretos em relação ao significado do nome e a coisa
significante nomeada, e saber disso é condição para existir conhecimento, para
além de meras opiniões pessoais. Complementarmente, há o ponto comum da
necessidade de estabelecer algum método de verificação de qual nome é
verdadeiro ou falso, correto ou incorreto. Enquanto Platão defende a dialética,
Xunzi defende o uso de argumentação [bian 辯], termo que pode
ser traduzido também como dialética, no sentido de disputa de posições e
discursos até que se encontre respostas mais plausíveis.
Diante dessa
brevíssima comparação entre duas teorias clássicas da linguagem das filosofias
gregas e chinesas da antiguidade, perguntamos: o que aprendemos? Entendemos
que: (1) posições filosóficas aparentemente inconciliáveis, como é o caso do
internalismo e externalismo semântico de Platão e de Xunzi, podem, ainda, ter
pontos de concordância – no caso, o de que há nomeações corretas e incorretas
da realidade imprescindíveis ao conhecimento; (2) o confronto de ideias por
meio de argumentos continua profícuo enquanto método de verificação dos nomes
corretos e incorretos, seja chamado de “dialética” ou de “bian 辯”.
Esperamos que este
breve texto inspire futuros aprofundamentos nesses temas e autores!
SOBRE OS AUTORES
Matheus Oliva da Costa é pós-doutorando pelo
Departamento de Filosofia da USP; é docente da Especialização em Filosofia
Intercultural da UPF e dos cursos técnicos do CEFET-MG (Campus 5); É da
diretoria da Associação Latino Americana de Filosofia Intercultural (ALAFI),
membro da Red Iberoamericana de Filosofía China (RIFCH) e pesquisador do Núcleo
de Pesquisas em Filosofia Islâmica, Judaica e Oriental (NUR) da UNIFESP.
Daniel Soares Saldanha é graduado e mestrando
em Filosofia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) com trabalhos
realizados em filosofia antiga, especialmente sobre a filosofia indiana -
tradições védicas e budistas. É membro da Associação Latino Americana de
Filosofia Intercultural (ALAFI).
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WILLMAN, Marshall. Lógica e linguagem na
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filosofia chinesa I: áreas de investigação e perspectivas comparadas. Pelotas: NEPFIL Online, 2022, p. 284-338.
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