Emannuel Henrich Reichert

 

“LOUCA COMO UMA LEBRE DE MARÇO”: GÊNERO E EXCLUSÃO DISCURSIVA DO RELATO DE VIAGEM DE MARGARETHA WEPPNER AO JAPÃO


Ainda hoje, os interessados em pesquisar a documentação produzida sobre o Japão em idiomas ocidentais até o limiar do século passado se beneficiarão de uma consulta à extensa bibliografia compilada por Friedrich von Wenckstern, publicada em 1895. Mais tarde acrescida de um segundo volume que inclui as publicações até 1906, a obra de von Wenckstern é de uma erudição notável, agregando milhares de livros, artigos acadêmicos e artigos em revistas populares, classificados por tema.

 

É verdade que o levantamento não é exaustivo, como o próprio autor reconhece ao declarar que não incluiu fontes em russo pela dificuldade de acesso e pelo número ínfimo de estudiosos do Japão de fora da Rússia que conheçam o idioma [von Wenckstern, 1895, p. vii]. Os leitores brasileiros também constatarão a falta dos poucos, mas proveitosos, relatos escritos em língua portuguesa desde a “abertura” de 1853.

 

Ao consultar as páginas do volume, observa-se que algumas obras listadas são acompanhadas de breves comentários, quase sempre relativos a fazerem parte de uma coleção, serem uma tradução de outro idioma etc. Uma das raras exceções à neutralidade do compilador se encontra na descrição do livro da srta. M. Weppner, sobre o qual ele cita Chamberlain: “o livro é tão engraçado como se tivesse sido escrito por uma Lebre de Março” [von Wenckstern, 1905, p. 50].

 

Basil Hall Chamberlain era um dos maiores especialistas no Japão durante a Era Meiji. A citação se origina no verbete “Livros sobre o Japão” do seu dicionário temático Things Japanese (Coisas japonesas). Eis o trecho completo sobre o relato de Weppner:

 

“Talvez o espécime mais divertido de literatura de viagem pelo globo de outro calibre seja aquele livro muito mais antigo, o Estrela do Norte e Cruzeiro do Sul da srta. Margaretha Weppner. Não queremos fazer qualquer afirmação que não possa ser comprovada, portanto não diremos que a autora é louca como uma Lebre de Março; mas o livro é tão engraçado como se tivesse sido escrito por uma Lebre de Março. Sua ideia fixa parece ter sido que todos os homens estrangeiros em Yokohama e Edo planejavam um ataque a ela. Quanto aos japoneses, ela os desdenha como ‘criaturas nojentas’” [Chamberlain, 1891, p. 63-64].

 

Chamberlain não esconde o desdém por Weppner, comparando-a à Lebre de Março, um dos personagens loucos de Alice no País das Maravilhas. Lendo o resto do verbete, constata-se o caráter excepcional desse tratamento, visto que a maioria das demais obras referidas o são em tom elogioso, inclusive outros relatos de autoria de mulheres, como Alice Bacon e Isabella Bird. Nas páginas que seguem, analisarei tal tratamento dado por Chamberlain, e transmitido por ele a von Wenckstern, acerca do relato de Margaretha Weppner.

 

Desconforto epistemológico de um relato incomum

As mais de novecentas páginas, divididas em dois volumes, de Estrela do Norte e Cruzeiro do Sul consistem, como anuncia o subtítulo, em “experiências pessoais, impressões e observações de Margaretha Weppner em uma jornada de dois anos pelo mundo” na década de 1870. Vale a pena observar como a alemã se apresenta no parágrafo inicial:

 

“Antes de convidar o leitor a me acompanhar por minha longa jornada pelo mundo, devo me apresentar a ele através de um breve esboço de minha vida anterior, e declarar como aconteceu de eu, uma mulher solitária, realizar uma empreitada tão perigosa” [Weppner, 1876, p. 1].

 

Ao empreender sozinha a viagem ao Japão e outros países, Weppner se coloca em uma categoria incomum entre as viajantes. Lorraine Sterry [2009, p. 3] observa que poucas mulheres britânicas viajaram de forma completamente independente durante a era vitoriana, constatação que pode ser generalizada às mulheres ocidentais no Japão. Embora seja verdade que elas escreveram numerosos relatos de viagem, se bem que em minoria diante dos relatos masculinos, em geral se trata de mulheres que viajaram acompanhadas de homens: esposas, filhas ou irmãs de diplomatas, missionários, comerciantes etc.

 

Weppner, como viajante independente, ocupa a mesma posição da sua contemporânea inglesa Isabella Bird, célebre pelos relatos de viagem sobre “lugares exóticos” como o Havaí, as Montanhas Rochosas dos Estados Unidos e o Japão. Contudo, a abordagem de ambas difere, como constata Guth [2004, p. 207]: Bird diminui sua feminilidade, colocando-se assim na posição de um “homem honorário” capaz de escrever observações antropológicas dignas de consideração, enquanto Weppner apresenta-se como uma dama respeitável e dependente de proteção masculina.

 

A fragilidade de Weppner vem à tona no esboço autobiográfico que ela oferece nos primeiros capítulos, especialmente a desventura do noivado frustrado com um golpista polonês antes de iniciar suas viagens. A necessidade de protetores homens parece se explicar pela visão tradicional que a autora tem das mulheres como guardiãs da moralidade familiar e da esfera doméstica, a exemplo de suas queixas contra as americanas que fogem de seu papel apropriado:

 

“É triste quando as donas de casa são tão ignorantes da culinária quanto as cozinheiras irlandesas, que em geral não conhecem nada da arte. Quanto mais privilégios políticos são concedidos às mulheres dos Estados Unidos, menos interesse elas têm pela vida doméstica. Médicas, advogadas e juízas nunca regenerarão a vida social americana, mas mulheres diligentes e modestas, esposas virtuosas e mães trabalhando em sua esfera e vocação próprias poderão fazê-lo; médicos, juízes e advogados dando o exemplo nos próprios lares também poderão realizar muito” [Weppner, 1876, p. 148].

 

Logo se vê que Margaretha Weppner não é uma mulher progressista e inconformada com as restrições impostas a ela por uma sociedade patriarcal. É antes uma mulher moralista, que não esconde os preconceitos contra os irlandeses e outras nacionalidades; católica fervorosa, sempre pronta para buscar um confessor onde quer que se encontre; e convencida de que os defensores do amor livre e dos direitos das mulheres colocam a sociedade em perigo. Além disso, ao viajar, ela passa a ser uma mulher solitária, portanto vulnerável, em situações de perigo e dependente do apoio masculino para sua segurança. Weppner lida com os papéis de gênero de sua sociedade de forma complexa: reconhece que a maternidade, a cozinha e a igreja são os espaços próprios da mulher, ao mesmo tempo que não condena a própria escolha de viajar em vez de casar. Contudo, o preço para uma mulher respeitável ocupar lugares distantes do lar é enfrentar a ameaça representada pelos homens “libertinos”, o que ela faz através do apoio de outros homens “cavalheiros”.

 

Em suma, o leitor moderno pode facilmente sentir um certo desconforto diante do relato, dada a dificuldade de inserir a autora em uma categoria de fácil entendimento. Ao mesmo tempo audaz e vulnerável, emancipada e moralista, Margaretha Weppner está longe de ser uma viajante típica, contestando pela própria viagem o papel feminino que declara ser o correto. Pelo tom moralista do relato, intensifica a ambiguidade dos textos escritos por viajantes solitárias, levadas a adotar comportamentos “masculinos” para escapar de perigos [Franco, 2017]. Isto posto, vejamos o que ela relata sobre o Japão. O escárnio de Chamberlain se justifica? Weppner de fato entende que todos os estrangeiros em Yokohama e Edo planejavam atacá-la?

 

Desmoralização completa e falas indecentes: Weppner no Japão

É preciso constatar antes de mais nada que Margaretha Weppner não percorreu o mundo em um estado de medo constante de ser molestada por homens. Fosse esse o caso, seria possível concordar com Chamberlain sobre a pouca veracidade do relato, por mais que as sensibilidades tenham mudado e o receio de violência sexual seja um alvo menos aceitável de risos e deboche. Em vez disso, em outros momentos da viagem, os objetos de dissabor da autora mudam – a sujeira das cidades chinesas, os preconceitos de casta na Índia etc. O medo de ataques é uma preocupação recorrente apenas nos bairros estrangeiros que ela visitou no Japão e é justificado pela narrativa.

 

Os comentários da alemã a respeito dos demais estrangeiros em solo nipônico são melhor compreendidos se divididos entre descrição e análise. Ao narrar suas experiências, ela deixa claro que teve uma série de infortúnios com os alemães, sempre acrescentando que não teve dificuldades com pessoas de outras nacionalidades. Os problemas começam em pleno oceano, durante a travessia de São Francisco a Yokohama:

 

“Entre os passageiros havia muitas damas e cavalheiros que, como eu era uma viajante solitária, me trataram com notável simpatia e cortesia. Isso foi especialmente verdade dos americanos e ingleses. Infelizmente o mesmo não se pode dizer de dois dos meus compatriotas, um de Yokohama e o outro um comerciante de Xangai. […] Cerveja e champanhe sumiram no jantar com rapidez prodigiosa, e isso foi complementado em sua cabine com doses frequentes de conhaque, até a atmosfera cheirar a álcool, e o aroma repugnante se espalhar a alguma distância. O calor era intenso, e consequentemente as janelas e portas das cabines costumavam ficar abertas. Eu estava muito mal, devido ao mar agitado, e estava deitada no meu sofá. De repente o alemão de Yokohama apareceu à minha porta parecendo uma fera selvagem. Quando pedi que se retirasse, ele respondeu rindo e zombando de mim. Foi só quando tive um surto de choro nervoso que ele saiu. Provavelmente ele contou para o colega a forma como havia me insultado e o persuadiu a fazer o mesmo, já que depois do jantar o homem de Xangai veio à minha cabine em estado de completa embriaguez e agiu de modo revoltante. Gritei por socorro, e o infeliz teve senso o bastante para se retirar” [Weppner, 1876, p. 172-174].

 

Ao chegar no Japão, Weppner é mal recebida pela pequena colônia alemã, o que atribui à difamação feita pelos dois homens que quase a atacaram no navio. A julgar pelo relato, os dois espalharam o boato de que ela era uma prostituta. A idiossincrasia de Weppner, a dificuldade de situá-la em uma categoria comum de feminilidade, joga contra ela, tornando a maledicência mais plausível – afinal, podem ter pensado os alemães, dificilmente uma mulher respeitável estaria viajando sozinha tão longe de casa. Se não era Maria, o anjo do lar, devia necessariamente ser Eva, uma devassa:

 

“Com poucas exceções, seu objetivo principal pareceu ser destruir minha reputação e me injuriar o quanto podiam com mentiras vis. Esse contraste terrível com o tratamento que recebi de meus compatriotas na América frequentemente me trouxe lágrimas aos olhos. Todas as perseguições que sofri em Yokohama e Edo vieram de alemães. Nem um americano, inglês, francês ou japonês tentou me fazer mal; de fato, é aos americanos e ingleses que tenho a maior dívida pela proteção contra meus próprios compatriotas. O cavalheirismo para com as mulheres é considerado um dever pelos americanos e ingleses; sua educação implanta a noção com firmeza em seus peitos. E apesar de serem expostos às mesmas tentações pelos nativos do Japão que o resto dos europeus, mesmo assim eles sempre são resguardados da desmoralização completa e falas indecentes por aquele belo senso de honra pessoal que parece ter morrido nos outros. As falsidades e difamações que meus próprios compatriotas lançaram sobre mim foram simplesmente enormes; pareciam querer apenas superar uns aos outros na minha destruição. Eu mal havia superado a dor e o horror de uma calúnia sem fundamento, logo meus ouvidos eram atacados por uma pior. Na honra da mulher eles não tinham fé nenhuma. Um dia eu estava sentada sozinha no meu quarto, quando um desses infelizes chegou abrindo a porta sem bater e me insultou da pior maneira com suas observações e perguntas. Eu mandei que saísse, mas longe de sair, ele disse que seus amigos haviam informado que eu não diria não a uma nota bancária, e me ofereceu uma, dizendo que era uma soma considerável de dinheiro. Ele bloqueou meu caminho até a porta, e fui e abri a janela. Mas ninguém respondeu meus gritos de socorro. O vilão avançou e com uma risada demoníaca forçou a nota bancária na minha mão. Indignada, corri até a lareira, e no momento seguinte a nota estava queimando. Enquanto isso me posicionei entre meu atormentador vil e a porta, e com um movimento rápido consegui ir para o corredor. Ele espumou como uma fera selvagem, pegou uma cadeira e a arremessou na minha direção. Isso foi seguido por uma tormenta de xingamentos horríveis e obscenidades” [Weppner, 1876, p. 186-187].

 

Nem mesmo todos os alemães são descritos de forma negativa. A autora faz uma exceção notável aos judeus ao escrever sobre um que conheceu em um navio em Hyogo: “o sr. Mammelsford, judeu alemão, banqueiro em Yokohama, estava a bordo e, como todos seus correligionários, tratou-me com a maior cortesia possível” [Weppner, 1876, p. 247].

 

Além dessas descrições dos eventos que vivenciou, a autora realiza análises do que considera o estado degenerado da vida europeia no Japão, que atribui à falta de vida familiar decorrente da quase ausência de mulheres europeias. Aí Weppner fala indistintamente de europeus, sem fazer distinções entre diferentes nacionalidades:

 

“Nos povoamentos mais antigos da Ásia, como Xangai e Hong Kong, onde há muitas senhoras europeias, e onde as autoridades e os filantropos fornecem divertimento racional, como se pode encontrar em bibliotecas, concertos, reuniões etc, constatei uma ausência quase total daquele elemento bruto que caracteriza a maioria do minúsculo assentamento europeu em Yokohama. […] Tive a oportunidade de constatar em minha estadia em Yokohama que a monotonia perpétua do lugar e a vida sensual de lá reduziram muitos deles a um estado que beira a imbecilidade. Custava a acreditar que as asneiras que diziam pudessem se originar da cabeça” [Weppner, 1876, p. 193-195].

 

Exclusão do discurso

Ao se analisar o livro de Weppner, logo se conclui que a descrição feita por Chamberlain é uma caricatura grotesca. Longe de ter a ideia fixa de que todos os homens estrangeiros nas cidades que visitou no Japão pensavam em atacá-la, ela sente medo específico da comunidade alemã. Ela não sente perigo oriundo de estrangeiros em outros países que visitou, tampouco dos alemães em outros países, nem ao menos de ingleses, americanos e outros ocidentais no Japão.

 

Além disso, os problemas de Weppner com seus compatriotas no Japão encontram uma explicação plausível no relato: os mal-entendidos com os dois homens alemães a bordo do navio a caminho de Yokohama. Eles beberam demais, confundiram uma mulher solteira e desacompanhada com uma mulher de “pouca virtude” e, após a chegada no Japão, espalharam boatos negativos sobre ela entre os outros alemães. Nada há de inverossímil nisso, enquanto que Chamberlain nitidamente exagera nas acusações a Weppner.

 

Qual a motivação dele para tratar esse relato em particular com tanto sarcasmo? Talvez tenha lido com atenção especial as passagens em que Weppner critica a moral duvidosa dos europeus no Japão, sem fazer as ressalvas costumeiras. Talvez ele conhecesse alguns dos alemães envolvidos e tivesse uma opinião diferente a respeito deles. Talvez tenha comparado o relato a outros livros de viagem escritos por mulheres (que ou estavam acompanhadas ou, como Bird, assumiam um papel menos ostensivamente feminino e vulnerável). Ou talvez simplesmente tenha feito pouco caso de uma perspectiva tão diferente da dele mesmo, um homem bem posicionado entre os ocidentais em terras nipônicas.

 

Em última análise, a questão de porque ele não levou a sério o relato é um problema psicológico de importância menor. Mais interessante é constatar o que esse juízo o levou a fazer: um procedimento de exclusão do discurso. Para silenciar efetivamente Weppner, ela é atacada de forma que não se leve a sério o que diz. Acusá-la de louca equivale a rejeitar seu relato sem precisar argumentar os detalhes, afinal, o louco é por definição desprovido de razão. Como observa Foucault [1999, p. 10-11], a palavra do louco “não tem verdade nem importância”. E a operação funciona, visto que a autoridade de Chamberlain como especialista no Japão é tamanha que seu parecer é reproduzido na principal obra de referência bibliográfica da época.

 

Visto o relato de Weppner e sua avaliação por Chamberlain, pode-se chegar a duas conclusões. Primeira, o relato Estrela do Norte e Cruzeiro do Sul merece consideração pelo que narra sobre o Japão do período dos portos abertos. O estranhamento causado pela narrativa de intrigas e perigo nas mãos de europeus e não de japoneses, que levou Chamberlain a menosprezar o livro, é precisamente o motivo de ele ser digno de interesse, pois contém elementos pouco encontrados em outros relatos.

 

Além disso, o procedimento de exclusão pelo qual Chamberlain deixou implícita a insanidade de Weppner a fim de silenciá-la, e que levou à reprodução de seu juízo desfavorável na bibliografia de von Wenckstern, deixa entrever um viés intrigante na produção orientalista. Como em qualquer fonte, tudo que os orientalistas escreviam, a despeito de quaisquer pretensões de objetividade, era moldado por perspectivas subjetivas. O orientalismo denunciado por Said, consistindo na invenção, homogeneização e essencialização de um Oriente considerado inerentemente inferior ao Ocidente, é uma delas, mas não a única. É preciso evitar o engano de que, salvo pelas distorções orientalistas, as fontes são mais ou menos objetivas. Elas continuam a possuir perspectivas nacionais, de raça, de classe e, como Chamberlain demonstra, também de gênero.

 

Referências

Emannuel Henrich Reichert é Doutor em História pela Universidade de Passo Fundo. Atualmente trabalha na Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do Estado do Rio Grande do Sul.

 

CHAMBERLAIN, Basil Hall. Things Japanese: Being notes on various subjects connected with Japan for the use of travellers and others. 2. ed. London: Kegan Paul, Trench, Trübner & Co., Ltd., 1891.

FOUCAULT. A ordem do discurso. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

FRANCO, Stella Maris Scatena. “Viagem e gênero: tendências e contrapontos nos relatos de viagem de autoria feminina” in CADERNOS PAGU, n. 50, 2017.

GUTH, Christine. Longfellow´s Tattoos: Tourism, collecting, and Japan. Seattle: University of Washington Press, 2004.

STERRY, Lorraine. Women Travellers in Meiji Japan: Discovering a ‘new’ land. Folkestone: Global Oriental Ltd., 2009.

VON WENCKSTERN, Friedrich. A bibliography of the Japanese Empire: Being a Classified List of all Books, Essays and Maps in European languages relating to Dai Nihon [Great Japan] published in Europe, America and in the East from 1859-93 A.D. [VIth year of Ansei – XXVIth of Meiji]. Leiden: E. J. Brill, 1895.

WEPPNER, Margaretha. The North Star and the Southern Cross: Being the personal experiences, impressions and observations of Margaretha Weppner, in a two years´ journey round the world. 2 v. London: Sampson Low, Marston, Low and Searle, 1876.

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